I SÉRIE — NÚMERO 7
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temeroso, já dizia, do seu Governo: extinguir a Fundação Paula Rêgo «é como os talibãs bombardearem os
budas».
Aplausos do PS.
Mas, verdadeiramente, o inesperado aconteceu: o Governo anunciou, com suspense, depois de um longo
Conselho de Ministros, entre centenas de fundações, o fim de quatro, a recomendaçãodo encerramento de 13
entidades ligadas a instituições de ensino superior e 21 outras cuja competência decisória se encontra
cometida às autarquias locais.
Como disse o líder parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, «a montanha pariu um rato». Afinal, a tão falada
Fundação Magalhães foi a que mais recebeu, a Culturgest teve nota negativa, mas a fundação de Alberto
João Jardim, que arrenda sedes ao PSD na Madeira, sobreviveu. Um delírio!
Aplausos do PS.
Protestos do PSD.
Perante tal desconcerto e em nome da transparência, o PS solicitou os estudosao Sr. Primeiro-Ministro.
Sim, pelo menos ele deveria saber. A resposta foi rápida: uma espécie de «isso não é comigo», como já quase
nada é com ele, perguntem ao Sr. Ministro das Finanças. Fica a suspeita e a apreensão. Terá havido estudo?
E o Primeiro-Ministro confessa dificuldades em falar com seu Ministro das Finanças? Dificuldade em falar com
o Dr. Paulo Portas sei que tem. É a falta de autoridade ao rubro. Mas o PS ajuda o Primeiro-Ministro, pois já
enviou a pergunta ao Sr. Ministro de Estado Vítor Gaspar.
Aplausos do PS.
Como se tudo isto não bastasse,os resultados da governação não podiam ser piores: o desemprego bate
um máximo histórico, a economia afunda-se numa recessão sem precedentes, o défice está descontrolado, a
insensibilidade social acentua-se, a pobreza instala-se, as famílias estão desesperadas e a esperança
desaparece.
Hoje à tarde, o núncio dos impostos, Vítor Gaspar, a estrela declinante, voltou a soletrar mais austeridade
— mais 20%, em média, nos impostos dos portugueses.
Aplausos do PS.
É este o estado a que chegámos.
O Primeiro-Ministro vê o seu parceiro de coligação, Paulo Portas, «levantar ferro», vê Bagão Félix treinar a
sua contundência no Governo, vê os mais altos dirigentes e ex-dirigentes e governantes do PSD contra si —
Marcelo diz mesmo que se trata de alguém «impreparado» e Morais Sarmento confessou que até se
engasgou com a TSU. Ao povo aconteceu-lhe o mesmo e saiu à rua.
O Primeiro-Ministro é um homem só, e foi assim, só, que negociou em Bruxelas, sem o conhecimento do
País e do Parlamento, não linhas gerais, como há um ano, mas mais austeridade e mais impostos concretos.
Termino, pois, repetindo o que o Dr. Passos Coelho disse enquanto líder da oposição, em 15 de março de
2011: «Isso é de uma deslealdade e de uma falta de respeito pelo país, pelos portugueses, pelas instituições,
suficientemente grave para pôr em causa a confiança que o país tem em quem o governa» por ter ocultado as
medidas que estava a negociar em Bruxelas.
Aplausos do PS.
E acrescento que o Governo veio anunciar, hoje, o mais brutal aumento de impostos, o mais imoral
aumento de impostos de que há memória na História de Portugal!