I SÉRIE — NÚMERO 7
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Começo por agradecer o contributo para o debate que o Sr. Deputado Hélder Amaral acaba de dar, quando
frisa, e bem, uma questão que abordei na minha declaração política e que tem a ver com a ilegalidade que
existia no regime de isenções e que era preciso corrigir.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Não introduzissem as portagens! Se não introduzissem as portagens, isso não
acontecia!
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Essa ilegalidade era conhecida por todos e, por alguma razão, o
Governo anterior datou-a, fixou-lhe uma data. É que havia eleições e era preciso continuar a fazer de conta,
que é a grande especialidade do Partido Socialista!
Posto isto, gostaria de dizer ao Sr. Deputado Rui Paulo Figueiredo o seguinte: o PSD está muito disponível
para combater o vosso descaramento, muito mesmo!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Depois do legado que deixaram ao País, acho que é preciso não terem um pingo de vergonha para virem
aqui e fazerem de conta que chegaram hoje. Quase chegaram amanhã! Estão a caminho de qualquer coisa!
Sr. Deputado, não contem connosco para alimentar esse filme. É tempo de os senhores assumirem as
vossas responsabilidades, é tempo de assumirem os erros que cometeram no País e também é tempo de
recordar aos portugueses o legado pesadíssimo que deixaram.
Mas quero dizer-lhe, Sr. Deputado, que estamos muito disponíveis para a transparência nas PPP, que é
uma transparência diferente da vossa, porque a vossa foi feita às escondidas, criou encargos futuros para os
nossos netos. Essa foi a vossa transparência, Sr. Deputado! Connosco, isso não acontecerá!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Quero lembrar-lhe, Sr. Deputado, que, ao contrário do que disse, quando falamos num corte das rendas de
250 milhões de euros para o próximo ano, estamos a falar num corte dos lucros. Foi isto que este Governo já
fez! Estamos a falar num corte dos lucros em 30%!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Não é nada!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — É, é!
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Estamos a falar de um corte nas rendas, que o Estado deveria pagar às
concessionárias, na ordem dos 250 milhões de euros!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Isso não é lucro, é receita bruta!
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — E o Sr. Deputado, na apresentação do próximo Orçamento do Estado,
vai ter oportunidade de ver este número lá plasmado, direitinho. Trata-se de cortar muito, e bem, nos lucros
destas instituições!
Mas, Sr. Deputado Rui Paulo Figueiredo, julguei que o senhor, hoje, vinha explicar aos portugueses como é
que o Partido Socialista vem propor agora a criação de um imposto especial sobre as PPP. É que o Partido
Socialista não quer renegociar, não quer diminuir as taxas de lucro das empresas, quer lançar um imposto
especial. Sabe porque é que o Partido Socialista o quer lançar? Porque, no âmbito da vossa transparência,
nas vossas renegociações de 2010, ao blindarem os contratos, passaram o risco da carga fiscal para o
Estado. E, agora, os senhores têm a lata, a falta de vergonha de virem aqui dizer que querem lançar um
imposto especial sobre as PPP?! O que os senhores querem é cobrar um imposto para, pela «porta do
cavalo», dar esse dinheiro às concessionárias, Sr. Deputado! Com o PSD, com este Governo, não é assim!
Não haverá essas rondas pela «porta do cavalo», Sr. Deputado! Haverá, sim, redução dos lucros, haverá, sim,
redução nas prestações.