I SÉRIE — NÚMERO 13
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Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos da Deputada do PS Isabel Alves Moreira.
Por isso, Sr. Deputado João Galamba, penso que era altura de olharmos mais para os consensos e menos
para a divergência,…
Risos do PS.
… de lutarmos por aquilo em que acreditamos, pelas ideias diferentes em que possamos acreditar, por
soluções diferentes, mas concretas, para resolver os problemas do País e de largarmos a retórica, que não
leva a lado algum, porque alternativas com muita retórica são alternativas, mas retórica sem alternativas não
vale nada.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Srs. Deputados, chegámos ao fim do período de debate da
interpelação n.º 7/XII (2.ª).
Vamos passar ao encerramento do referido debate, com a intervenção do Sr. Deputado António Filipe, em
nome do PCP.
Tem a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. António Filipe (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Ao longo deste
debate, o Governo e a maioria, que, apesar de exausta, ainda o carrega penosamente às costas,…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É verdade!
O Sr. António Filipe (PCP): — … mais não fizeram do que repetir até à náusea a enorme mentira em que
assenta a sua governação, a mentira de que não há alternativa.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!
O Sr. António Filipe (PCP): — Os senhores do Governo e da maioria podem continuar a caricaturar as
nossas propostas, podem continuar a fugir à discussão séria das nossas propostas recorrendo a um
anticomunismo primário e indigente, mas a evidência do fracasso da vossa política já se encarregou de
demonstrar a fragilidade dos vossos argumentos.
Aplausos do PCP.
Os Governos das últimas décadas conduziram o País à situação desastrosa em que se encontra.
Destruíram o aparelho produtivo nacional, promoveram a desindustrialização, abandonaram a agricultura e
abateram a frota pesqueira. Em nome de um euroentusiasmo irresponsável, lançaram o País nos braços de
uma moeda única, baseada em critérios de convergência incumpríveis e tornaram o País refém dos interesses
financeiros que controlam as decisões de uma União Europeia ultraliberal. E, mais uma vez, em nome de
supostas inevitabilidades, traíram os interesses nacionais nos braços da troica e aceitaram levar à prática um
programa de humilhação nacional e de terrorismo social, assente na recessão forçada, no aumento do
desemprego, na sobre-exploração dos trabalhadores, na venda ao desbarato do património público, na
espoliação fiscal dos trabalhadores e dos reformados, no estrangulamento das micro e pequenas empresas,
como acontece com o setor da restauração e com as farmácias,…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exatamente!