I SÉRIE — NÚMERO 14
18
Nenhuma agência de viagens, tal como nenhuma empresa em nenhum setor, nasce grande, é preciso
esforço, dedicação, carinho e trabalho para crescer.
A Sr.ª Hortense Martins (PS): — Quer confundir tudo!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Esquece a Sr.ª Deputada, como esquece o Partido Comunista
Português, que uma agência que está no mercado, que tem alvará e que, hoje, é uma agência ou um operador
grande já contribuiu para o Fundo. Obviamente, agora há devolução — caso se venha a confirmar esta lei,
como espero —, porque contribuíram muito mais. Portanto, há aqui um equilíbrio.
Obviamente, é necessário proteger uma agência que abre portas, que não tem faturação e que inicia
atividade. Ora, esta alteração da lei tem um objetivo único, praticamente: proteger as pequenas e médias
empresas, as microempresas e as empresas familiares,…
A Sr.ª Hortense Martins (PS): — Como é que é possível?!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — … essas que têm acesso ao mercado com uma prestação residual.
Protestos do Deputado do PCP Bernardino Soares.
Poderemos discutir, Sr. Deputado Bernardino Soares, se o Fundo é muito ou pouco, mas não é essa a
discussão que os senhores aqui trouxeram. Poderiam dizer que o Fundo com 4000 milhões de euros é
pouco…
A Sr.ª Hortense Martins (PS): — Não estão há 4000 milhões! Estão 2000 milhões!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Mas existe um patamar: se reduzir abaixo de 1 milhão de euros, é
reposto! E essa reposição é feita de acordo com a faturação. Quer critério mais justo do que este?
O Partido Comunista Português diz que o Fundo deveria ser gerido em colaboração com as agências de
viagens, mas é isso que está no diploma: o Fundo de Garantia de Viagens e Turismo é gerido pelo Turismo de
Portugal em colaboração com as agências de viagens— qual é a dúvida?
Portanto, não encontramos razão… Aliás, objetivamente, até poderia contribuir para o debate, dizendo:
talvez pudéssemos ter um fundo um pouco mais robusto, porque vivemos tempos de dificuldade, tempos em
que, eventualmente, poderá existir alguma turbulência no setor. Mas não me parece ser o caso, olhando para
os resultados atuais, nem isso é sequer expetável — aliás, juntando a Marsans e a Mundiclasse, o Fundo fica
com uma grande margem.
Portanto, parece-me uma boa solução para o mercado. Aliás, há algo fundamental de que o Partido
Socialista se esqueceu na altura: nós não devemos introduzir no mercado ou na legislação aquilo a que se
chama «insegurança legislativa». Esta lei tem a concordância do setor, das pequenas empresas, das grandes
empresas e das médias empresas, e este parece ser um fator que importa assegurar.
Portanto, da parte do CDS, todas as críticas que fizemos à anterior lei estão hoje corrigidas. Hoje estão em
causa apenas questões de conceção e, porventura, de conceito político-ideológico, e essas, obviamente, não
cabem aqui e não merecerão a nossa concordância.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Secretária de Estado do
Turismo.
A Sr.ª Secretária de Estado do Turismo (Cecília Meireles): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados:
Queria, em primeiro lugar, cumprimentar a APAVT, presente nas galerias, na pessoa dos seus dirigentes, e
aproveitar para, nesta saudação que aqui lhes deixo, também fazer um agradecimento público, porque aquilo
com que me comprometi convosco — mas, mais importante ainda, com esta Casa, que representa o povo