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I SÉRIE — NÚMERO 17

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O Sr. João Galamba (PS): — Foi a título de pedido de esclarecimento, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Nesse caso, o Sr. Ministro tem o direito de responder, querendo.

Tem a palavra, Sr. Ministro.

Pausa.

O Sr. Pedro Nuno Santos (PS): — Não responde? Tem de responder!

O Sr. Presidente (António Filipe): — O Sr. Ministro responderá no fim, na medida em que está inscrito o Sr.

Deputado Pedro Filipe Soares.

O Sr. Deputado Pedro Filipe Soares inscreveu-se para uma intervenção ou para um pedido de

esclarecimento?

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Para uma intervenção.

O Sr. Presidente (António Filipe): — De qualquer maneira, creio interpretar que o Sr. Ministro se reserva

para responder em momento posterior do debate, na medida em que não tenciona responder de imediato a

este pedido de esclarecimento.

O Sr. João Galamba (PS): — Tenho todo o tempo do mundo, Sr. Presidente!

O Sr. Presidente (António Filipe): — Assim sendo, neste momento, a única inscrição que registamos é a

do Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, para uma intervenção.

Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, Sr. Ministro das Finanças, vamos ver se nos

entendemos. Há um número mágico que o Sr. Ministro «tirou da cartola» com a anuência do FMI, 5% de

défice para 2012, o que já é um desvio colossal face àquela que era a sua proposta inicial e àquela meta que

dizia que era inequívoca. Falhou a meta, mas tirou este número mágico dos 5%.

Para alcançar esse número mágico dos 5%, está dependente de uma escolha sua, que é a concessão da

ANA, uma batota contabilística, porque a ANA vende a si própria a concessão e, com isso, com esta batota, o

Estado coloca o défice nos 5%.

Mas as instâncias europeias dizem que não confiam nesta batota. Por isso, pedem esclarecimentos,

porque não confiam nem aceitam a batota que está em cima da mesa.

Conclusão: o Sr. Ministro não fala sobre isto! Ó Sr. Ministro, esta é que é a transparência que se pede!

Então, no outro dia, estava desconfiado do sistema político, dizia que o País merecia melhores políticos e,

agora, falta à transparência que é devida no sistema político?!

O que os portugueses querem saber é o que é que tem no bolso, o que é que tem na manga, quais são as

novas medidas que tem para pôr em cima da mesa. É que toda a gente sabe que o mais provável é que as

instâncias europeias não aceitem a sua escolha. E, não aceitando elas a sua escolha, a sua tendência é

sempre para ir buscar ao bolso dos portugueses.

Sr. Ministro, as pessoas tremem quando o Sr. Ministro fala ao País. Mas, ao menos agora, fale de forma

séria, transparente e sem as cartas escondidas que tem no bolso.

Aplausos do BE.

Sr. Presidente (António Filipe): — Srs. Deputados, não está mais ninguém inscrito, e, se ninguém se

inscrever, passamos ao período de votações.

O Sr. Pedro Nuno Santos (PS): — Então, o Sr. Ministro não responde?! Tem de responder!