I SÉRIE — NÚMERO 17
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mas mesmo todos, os que têm responsabilidades políticas no País valorizem sempre e o mais possível este
esforço.
Infelizmente, há uma tendência para alguns se esquecerem que assinaram um Memorando de
Entendimento e outros, bem mais extremistas, tentam criar ilusões aos portugueses, com afirmações, no
mínimo, insensatas, como já ouvimos aqui, sobre o comportamento que Portugal deve ter perante quem está a
financiar a economia portuguesa.
Mas vamos ao cerne da questão. Nesta proposta há uma antecipação de algumas medidas já previstas na
proposta de Orçamento do Estado para 2013, em que são convocados os portugueses que mais podem
contribuir para este esforço coletivo, quer pelo acréscimo do imposto sobre rendimentos de capitais, de que
ninguém falou aqui hoje, quer pela tributação excecional sobre imóveis com valor tributável acima de um
milhão de euros.
Com as medidas desta proposta há, do lado da receita, uma antecipação de medidas fiscais previstas para
2013. E, do lado da despesa, esta alteração orçamental incorpora medidas adicionais, como a suspensão de
projetos de investimento e a contenção de novos compromissos. Há aqui um esforço de contenção da
despesa para cumprirmos o défice.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Afonso Oliveira (PSD): — No momento de grande exigência em que vivemos, é fundamental que
haja uma clara perceção do custo de oportunidade de cada decisão que tomamos.
Escolher não é fácil. Escolher e decidir, nunca foi fácil. Como a realidade se impôs perante o País e os
portugueses, agora, mais do que nunca, são as decisões e escolhas que vão determinar o nosso futuro
coletivo.
E nem com um forte apelo à nossa memória será possível imaginarmos um tempo em que fazer as
escolhas certas tenha tanto peso no futuro de Portugal e dos portugueses.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Afonso Oliveira (PSD): — É esse o papel essencial do Governo e é o que o Governo tem vindo a
fazer. Sempre com a consciência de que são as melhores escolhas, a pensar nas pessoas, a pensar nos
portugueses.
É que, quando estamos a tratar do Orçamento do Estado, estamos a tratar essencialmente de políticas
para as pessoas e não apenas de números. Os números e os orçamentos não podem, nunca, em
circunstância alguma, ser desvalorizados,…
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Afonso Oliveira (PSD): — … mas são instrumentais, face aos destinatários das políticas.
Como melhor demonstração desta afirmação, destaco, nesta alteração orçamental, alguns aspetos que me
parecem muito relevantes: a transferência extraordinária do Orçamento do Estado para a segurança social do
montante de 856 milhões de euros, para assegurar o equilíbrio orçamental da segurança social; o reforço da
Caixa Geral de Aposentações no valor de 220 milhões de euros; e o reforço adicional da transferência do
Estado para a regularização de pagamentos em atraso do Serviço Nacional de Saúde, no montante de 432
milhões de euros.
Estamos a falar de medidas concretas, que se destinam a apoiar pessoas, a apoiar os portugueses. Se isto
não são medidas sociais para apoiar os portugueses, o que é que são medidas sociais?
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Num momento de grandes dificuldades do País, é fundamental que tenhamos a lucidez e a coragem de
atuar sobre os problemas.