I SÉRIE — NÚMERO 19
18
não teria feito esse discurso, que foi um discurso de fingidor, de quem, de facto, tem a dor do poeta mas não
tem nenhuma solução para Portugal.
Aplausos do PS.
O Sr. Mendes Bota (PSD): — O discurso é seu, não é meu!
A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Hélder Amaral.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Deputado Carlos Zorrinho, por quem Deus nos manda
avisar! Exatamente por aquelas bancadas que aprovaram todos os orçamentos que nos trouxeram a esta
situação.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Ora bem! Ora bem!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Quem são essas bancadas? Nós é que não somos! Curiosa
afirmação!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — O Sr. Deputado abordou, da tribuna, algumas coisas sobre as quais
queria pedir-lhe esclarecimentos.
É verdade que revimos metas, mas V. Ex.ª também disse «tanto corte, tanto sacrifício, tanto sofrimento,
para ter este resultado», e retira a consequência errada. Os portugueses sabem isso e sabem que tal só foi
possível porque se fizeram tantas e tantas asneiras no passado.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — É verdade! É verdade!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Tudo isto significa, afinal, que as asneiras eram imensas, que o buraco
era imenso e tínhamos, obviamente, de ser sujeitos a um enorme sacrifício.
Protestos da Deputada do PS Isabel Alves Moreira.
Quero também dizer-lhe, como ficou aqui provado na intervenção do Deputado Miguel Frasquilho, que
somos o segundo país mais endividado da zona euro. Tudo começou, como sabemos, com as paixões de
António Guterres.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Uma delas foi pelo CDS!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Continuou com as luas-de-mel e com as festas do Eng.º Sócrates,
pagas com crédito, porque já não havia dinheiro, e o que quero saber é o que V. Ex.ª diz sobre a controladora
das obras públicas do Eng.º José Sócrates, que dizia que havia crédito, que havia megalomania e a fatura era
para pagar depois.
Vozes do CDS-PP: — Ora bem! Ora bem!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Ao menos, há aqui alguém que foi lúcido no seu devido tempo. E
quando eu estava à espera que V. Ex.ª reconhecesse estes erros e explicasse à Câmara, já que estamos a
discutir o Orçamento, qual é o conteúdo e o teor da sobretaxa sobre as PPP, eis que passou no mais profundo
silêncio, na mais profunda ignorância,…
Vozes do CDS-PP: — Ora bem! Ah, pois é!