2 DE NOVEMBRO DE 2012
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O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — … dizendo que, sim, Srs. Deputados, espero que todos possamos
aprender com os erros cometidos no passado. Aliás, eu mesmo disse que o PSD e o CDS estiveram no
Governo entre 2002 e 2004 e por isso também temos de tirar ilações desse período.
Mas se temos de tirar ilações desses três anos, que dizer do Partido Socialista, que estiveram doze anos e
meio? Que ilações deve o Partido Socialista retirar?
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Ficarei à espera de uma resposta.
É evidente que estamos totalmente disponíveis para melhorar, dentro do possível, este Orçamento do
Estado. Sabemos que a margem é muito estreita e estamos disponíveis para trabalhar não só com o CDS —
evidentemente, nosso parceiro privilegiado na coligação —, mas também com as outras bancadas da
oposição, nomeadamente a do Partido Socialista, de quem esperamos contributos relevantes para, se
possível, melhorar este Orçamento e para também, no futuro, garantir a sustentabilidade do Estado social e da
despesa pública.
A Sr.ª Teresa Leal Coelho (PSD): — Muito bem!
O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — Sr. Deputado João Galamba, o senhor falou — e bem! — da redução
da taxa de pobreza. São dados positivos. Mas, Sr. Deputado, poderia ter referido, por exemplo, que a taxa de
pobreza entre 2002 e 2005 baixou 2 pontos percentuais.
Portanto, essas preocupações não são um exclusivo do Partido Socialista, todos os governos têm! O
Governo de 2002 a 2005 teve, o atual Governo também tem, e os dados mostram isso muito claramente.
Protestos do PS.
Mas, Sr. Deputado, queria só referir-lhe um pormenor e perguntar-lhe se não considera isto preocupante.
Em 1995, os impostos indiretos cobrados estavam acima do total das prestações sociais; em 2000, já não
chegavam para pagar o total das prestações sociais; e em 2011, o total da receita fiscal era igual às
prestações sociais que temos de pagar.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Pois é!…
O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — Sr. Deputado João Galamba, isto não lhe diz nada? Não lhe diz nada
em termos de sustentabilidade?
É evidente que é desejável — e todos queremos — que a taxa de pobreza diminua. Mas, Sr. Deputado, o
que temos de garantir é que isso é sustentável. Mas isso não foi garantido ao longo da última década e meia,
e é isso que temos de garantir.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do Deputado do PS João Galamba.
Finalmente, Sr. Deputado, mostrei aqui vários números, várias figuras e vários quadros, que mostram que a
desalavancagem do País está a ocorrer. Está a ocorrer, em termos do País como um todo, a um ritmo maior
do que o previsto, com outras consequências que bem conhecemos. Mas o facto de, em 2013, termos um
excedente das contas externas, vai ajudar — e de que maneira! — à desalavancagem do País.
Sr. Deputado, o caminho — mais rapidamente ou menos rapidamente — não poderia ser senão este.
Estamos muito empenhados, pelo que esperamos e convidamos o Partido Socialista, como ainda ontem o
Primeiro-Ministro referiu, a fazer esta trajetória connosco, porque é do futuro do País que se trata e todos não
seremos demais.