2 DE NOVEMBRO DE 2012
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Serviço Nacional de Saúde com uma maior redução orçamental, e o mês de outubro, em que o mesmo
Governo — bem sei que um Governo que está em absoluto estado de negação — propõe uma redução
significativa da dotação orçamental, que já tem consequências visíveis em 2012?
É inegável que o Serviço Nacional de Saúde está a recuar e, assim, a aumentar o sofrimento dos
portugueses numa época de crise tão difícil.
Gostava que o Sr. Ministro fosse capaz de esclarecer estes factos que aqui lhe apontei.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado Miguel Santos.
O Sr. Miguel Santos (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro da Saúde, diz-se que ali para os lados do
Ministério da Saúde havia um poço a jorrar cheques, notas e moedas de ouro, mas a verdade é que, quando
este Governo tomou posse, o poço estava seco e estava rodeado de um sem número de credores, de balde
na mão, à espera que alguém os atendesse.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — O buraco do Pizarro!
O Sr. Miguel Santos (PSD): — Refiro isto a propósito do cheque-dentista.
O cheque-dentista é uma medida meritória e que confiamos que possa ter prosseguimento na política de
saúde. Mas o que não pode acontecer é a emissão de cheques à tripa-forra,…
O Sr. Manuel Pizarro (PS): — Para as crianças é à tripa-forra?
O Sr. Miguel Santos (PSD): — … em que se verifica, inclusive, que o número de cheques emitidos e o
número real de cheques utilizados não bate certo…
Vozes do PSD: — Exatamente!
O Sr. Miguel Santos (PSD): — … e em que o ano civil, correspondente ao ano orçamental, como é
evidente, também não bate certo com o ano escolar.
Portanto, a suspensão é muito bem feita. É preciso pôr ordem na casa e é preciso avançar, em janeiro,
com coerência e, sobretudo, com confiança para que as pessoas possam utilizar o cheque-dentista e não
fiquem à beira do poço com o balde vazio na mão.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Miguel Santos (PSD): — Na saúde tem sido feito um trabalho notável, sem paralelo, um trabalho
sério e com resultados à vista. E este trabalho também é refletido no Orçamento para 2013.
Quero destacar o reforço dos cuidados de saúde primários, através da abertura de mais e novas USF
(unidades de saúde familiar), assim se promovendo o acesso de proximidade aos cuidados de saúde. Mas
quero destacar também a atribuição de um médico de família a cada um e a todos os portugueses, estimando-
se que mais 1 milhão de portugueses passem a ter, no prazo de um ano, o acesso a um médico de família,
objetivo que foi consecutivamente adiado por sucessivos governos e que conta com a participação e o
contributo meritório dos médicos portugueses.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Miguel Santos (PSD): — Isto graças a um acordo histórico alcançado com os sindicatos, que, assim,
valorizam o seu papel social e valorizam também a vida dos portugueses. Sobre esse acordo, gostava de