I SÉRIE — NÚMERO 19
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Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Relativamente à questão de saber como está o Serviço Nacional de Saúde face às dificuldades da
população, quero dizer que as dificuldades são muito concretas, as dificuldades existem, as pessoas estão
mais vulneráveis, as pessoas têm menos rendimentos, as pessoas estão desempregadas…
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — E porque será? Porque será?!
O Sr. Ministro da Saúde: — O Governo está a reagir perante esse cenário e é por isso que, por exemplo,
todos os casos sociais, que não são propriamente do âmbito da saúde, têm, como os senhores sabem, pois
conhecem a realidade, uma resposta dentro do próprio Serviço Nacional de Saúde. É por isso que se mantém
todo um conjunto de isenções para os mais vulneráveis e, também, um melhor acesso para estes, uma vez
que, pela primeira vez, podem comprar medicamentos mais baratos.
Dizia um farmacêutico que há várias pessoas que vão comprar genéricos e que apenas gastam 23
cêntimos, ou 1,5 €, ou 2 €. Portanto, esta é uma realidade que também vale a pena termos em atenção.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Ministro da Saúde: — Relativamente às PPP, de facto, Sr.ª Deputada, também gostava de ter maior
liberdade, gostava de poder gerir esta oferta que entretanto foi criada, que está instalada e que foi decidida
anteriormente. Mas, Sr.ª Deputada, não sei se quer ir dizer isso às pessoas de Vila Franca de Xira, que é onde
se localiza um novo hospital e onde está o maior crescimento das PPP? Não sei se quer ir dizer isso ao
Hospital de Loures, onde alguns Srs. Deputados andaram a distribuir panfletos?!
Protestos do PCP.
Aliás, alguns Srs. Deputados do PCP diziam que se devia transferir mais doentes do hospital de Lisboa
Central para o Hospital de Loures, uma parceira público-privada, pondo em risco o financiamento deste
hospital!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do PCP.
Sr.ª Deputada, se mobilidade é tirar direitos — a mobilidade que foi reafirmada e aceite com os sindicatos
médicos —, então, de facto, não nos vamos conseguir entender, porque a mobilidade foi acordada, está na lei
e foi aceite pelos próprios sindicatos, que o fizeram porque sabem, como a Sr.ª Deputada tem obrigação de
saber, que, por exemplo, no Hospital Lisboa Norte temos oftalmologistas e psiquiatras em excesso e temos
essas necessidades a menos de 60 km, noutros hospitais.
Portanto, esta mobilidade é para servir as pessoas e não para defender os médicos. Aliás, foram os
próprios médicos que acordaram com ela.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Relativamente à questão dos medicamentos, Sr.ª Deputada, o que tem ocorrido é uma redução, sem
paralelo, das margens de lucro das entidades mais poderosas. Era isso que estava previsto e o orçamento não
traz qualquer surpresa. Aliás, sobre matéria de medicamentos, o que o orçamento prevê é o que está no
Memorando de Entendimento, desde 2011.
Portanto, o que seria de estranhar era se não estivesse lá o que foi acordado. O que esperamos,
sinceramente, é que, tal como em 2012, essa redução seja feita em sintonia com a associação da indústria