I SÉRIE — NÚMERO 23
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O Sr. Adolfo Mesquita Nunes (CDS-PP): — É por isso — e é com orgulho que o digo — que há, de facto,
uma poupança para os trabalhadores independentes. É que se não fossem as bancadas da maioria, olhando
para a ausência de propostas da oposição,…
Protestos do PS e do PCP.
… os trabalhadores independentes estariam a pagar aquilo que estava previsto no Orçamento do Estado.
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Bem lembrado!
O Sr. Adolfo Mesquita Nunes (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, quero deixar claro o seguinte: os
trabalhadores independentes não vão agradecer-nos este Orçamento do Estado — tenho a certeza disso —,…
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Como é que sabe?!
O Sr. Adolfo Mesquita Nunes (CDS-PP): — … mas vão agradecer-nos, a nós, o facto de este Orçamento
de Estado ter sido mitigado nos seus efeitos, no que respeita aos trabalhadores independentes,…
A Sr.ª Ana Drago (BE): — É engano! Isso é um engano!
O Sr. Adolfo Mesquita Nunes (CDS-PP): — … perante a cumplicidade curiosa da oposição, com a
tributação que estava prevista.
Aplausos do PSD e CDS-PP.
Protestos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Está ainda inscrito para intervir o Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.
Faça favor, Sr. Secretário de Estado.
O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais (Paulo Núncio): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs.
Deputados, umas primeiras palavras relativamente a propostas de alteração em sede de IRS.
A primeira questão que gostaria de deixar clara é a de que o momento que o País atravessa exige um
profundo e elevado sentido de Estado e um profundo e elevado sentido de responsabilidade.
A reestruturação das tabelas do IRS e a reintrodução da sobretaxa foram compromissos que o Estado
português assumiu no quinto exame regular com a troica e que são necessários para atingir os limites do
défice para 2013.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Limites atuais!
O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais: — É evidente que se está a pedir aos contribuintes,
em geral, um esforço acrescido para a consolidação orçamental, mas esse esforço é pedido para atingirmos
as metas que foram definidas com os nossos parceiros internacionais e, dessa forma, para que Portugal possa
cumprir as suas obrigações perante os credores.
Mas o Governo, ao ter apresentado esta proposta de Orçamento e ao ter pedido este esforço acrescido aos
contribuintes, teve, no entanto, preocupações de equidade social na austeridade.
O Sr. Honório Novo (PCP): — É cassete!
O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais: — Desde logo, porque pede um esforço acrescido às
famílias com rendimentos mais elevados, aplicando escalões mais elevados.