10 DE DEZEMBRO DE 2012
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desta matéria. Pena é que ela não seja muito coerente com as intervenções que foram fazendo ao longo
destes anos.
Sr. Primeiro-Ministro, cremos, pois, que tudo aquilo que se puder alcançar com os nossos parceiros
europeus ao nível do aprofundamento da integração financeira, ao nível do cumprimento do pacto orçamental,
mas também ao nível das políticas que possam estimular a economia e a criação de emprego, deve estar nas
prioridades da posição do Governo português nesta reunião do Conselho Europeu.
Para terminar, Sr. Primeiro-Ministro, queria aproveitar esta ocasião para — agora sim, que os dados são
públicos — também cumprimentar o Governo, cumprimentar o País, as empresas portuguesas, os
empresários portugueses, os trabalhadores das empresas portuguesas…
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — A esses não garantem nada!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — … pelos resultados, que hoje mesmo foram divulgados, das nossas exportações.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
As condições são muito adversas. O País vive grandes dificuldades de financiamento, o País sofre com as
dificuldades que muitos dos nossos principais parceiros comerciais também sentem nas suas economias e,
naturalmente, o País também sofreu os efeitos nefastos que a greve no setor portuário trouxe a este assunto
em particular.
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Bem lembrado!
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — A culpa é do Governo!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Por isso, os resultados são ainda mais dignos de registo e são ainda mais dignos de poderem alimentar a nossa esperança de vencermos as dificuldades.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Não ouviu o valor da recessão, certamente!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Efetivamente, quando em setembro o resultado não foi tão bom, houve muitos que se apressaram a dizer: «Aqui d’El Rei, a tendência de crescimento das nossas exportações está
posta em causa.»
Pois a resposta aí está: não só, em termos homólogos, o mês de outubro é melhor do que o do ano
passado, como se regista, nos primeiros 10 meses do ano, um crescimento sustentado e consistente das
nossas exportações, e isso é feito, sobretudo, à custa do aumento das exportações para os mercados
extracomunitários. Isto é, a nossa economia e os nossos empresários têm tido a capacidade de enfrentar
novos mercados, de procurar novos mercados e de procurar, fora da Europa, vencer em termos de
competitividade, com a sua presença nos mercados comerciais.
Sr. Primeiro-Ministro, de facto, agora que os dados são públicos, que este crescimento homólogo é
consistente, tivemos, neste âmbito dos mercados extracomunitários, um aumento de 24,7%. Há, pois, razões
não só para estarmos no Conselho Europeu a defender os nossos interesses, como para prosseguirmos em
Portugal as políticas de reforma estrutural do País, porque os resultados vão aparecer. O País tem
capacidade, os portugueses têm capacidade, as empresas portuguesas têm capacidade e nós vamos
conseguir ultrapassar as dificuldades que temos pela frente.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro para uma intervenção.