17 DE JANEIRO DE 2013
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Sr. Deputado, peço desculpa, mas os Deputados do PSD não dispõem de som na bancada.
Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Menezes.
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Sr.ª Presidente, efetivamente, estamos sem som na nossa bancada, pelo
que não conseguimos ouvir com a nitidez necessária os intervenientes. Aliás, ainda agora se sente essa
dificuldade de forma muito acentuada.
Todavia, acho que podemos prosseguir os nossos trabalhos desde que haja silêncio na Sala.
Não há problema em que os trabalhos prossigam, mas tem de haver uma moderação das conversas.
Todavia, estamos aqui para ajudar a que esta situação não seja suscetível de criar problemas à Câmara e, por
isso, creio que podemos continuar os nossos trabalhos.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado, os serviços informaram a Mesa de que há um problema, mas que é
impossível resolvê-lo a breve prazo.
Ponho, pois, à consideração da Câmara esta situação.
Mas se os Srs. Deputados fizerem um esforço de audição, se o Sr. Deputado Bernardino Soares não se
importar e se houver um razoável silêncio na Sala, creio que podemos continuar os nossos trabalhos.
Pausa.
Tem, então, a palavra, para uma declaração política, o Sr. Deputado Bernardino Soares.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Vem a propósito este problema do
som na bancada do PSD no dia seguinte a o PSD, o CDS e o Governo terem também tido problemas com a
transmissão de mensagens.
Por isso, quero começar por pedir a todos os Srs. Jornalistas que gravem, citem, publiquem e transmitam
esta intervenção e o debate que certamente se lhe seguirá.
Aplausos do PCP.
Ontem, realizou-se em Lisboa uma conferência que, supostamente, era para falar do estado do Estado e
que acabou por ser um espelho fiel do estado do Governo, uma conferência a convite do Gabinete do
Primeiro-Ministro, mas que era uma organização individual, ou da sempre útil sociedade civil, que, por acaso,
era aberta por um dos delegados da Goldman Sachs no Governo — o Secretário de Estado Carlos Moedas —
e encerrada pelo próprio Primeiro-Ministro.
O estado de descrédito a que o Governo chegou é tal que até já tem vergonha de si próprio e das
iniciativas que organiza.
Vozes do PCP: — Muito bem!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — O problema é que quanto mais se afunda o Governo mais ele acelera
a destruição do País e a concretização do seu programa de selvajaria social e devastação económica.
É por isso que, a cada dia que passa, se torna mais urgente travar este Governo. E os que olham para a
ofensiva do Governo apenas preocupados em capitalizar o seu descrédito, indiferentes à situação do País, os
que perante o descalabro nacional ajustam os calendários em vez de, de uma vez por todas, exigirem a
demissão do Governo, confessam, assim, o seu puro tacticismo político e continuam a não contribuir para
travar o desastre em que o País se afunda e para o qual o País se encaminha.
Não há alternativa à demissão do Governo e à convocação de eleições antecipadas.
Aplausos do PCP.