I SÉRIE — NÚMERO 54
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que tudo, o que urge é rasgar este pacto de agressão que o PS assinou e que pressupõe todos estes
resultados políticos, como na altura, e bem, denunciámos?
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Eurídice Pereira.
A Sr.ª Eurídice Pereira (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado José Lourenço, o que esta realidade
significa e que eu disse na minha declaração e que o Partido Socialista vem reiteradamente referindo é que
não se pode fazer consolidação orçamental desistindo do crescimento económico. Não é possível! Enquanto
este for o caminho, obviamente que os resultados serão os do empobrecimento. Aliás, empobrecimento que o
Sr. Primeiro-Ministro — recordar-se-ão — anunciou e desejou há uns tempos a esta parte. É certo que, a
seguir, não o ouvimos falar mais, mas já estava em marcha essa sua vontade e esse seu objetivo e, de facto,
os resultados aí estão.
Sr. Deputado, gostaria de lhe dizer o seguinte: esta maioria e as suas políticas não são inevitabilidades,
porque em democracia não existem inevitabilidades.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Raúl Rêgo.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, teria muito gosto em chamar-me Raúl Rêgo, pois foi um
grande nome do jornalismo português e um grande democrata, mas por acaso não é o meu nome.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado, eu tinha quase essa impressão e tentei confirmar, mas o equívoco não
foi só meu. Por isso é que mantive o nome Raúl Rêgo.
Peço desculpa, Sr. Deputado Artur Rêgo.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Muito obrigada, Sr.ª Presidente.
Sr.ª Deputada Eurídice Pereira, ouvi com muita atenção a sua intervenção e dividi-la-ia em dois momentos
distintos.
Num primeiro momento, a Sr.ª Deputada fez o diagnóstico da situação da realidade que o País atravessa e
ninguém pode deixar de estar de acordo. É evidente que há desemprego, é evidente que há famílias a passar
dificuldades, é evidente que há milhares de portugueses a passarem dificuldades, é evidente que a atividade
económica do País está em dificuldades, tudo isso nós sabemos. Nessa parte do seu discurso, a Sr.ª
Deputada acertou. Mas também não é difícil, porque o diagnóstico todos o sabemos fazer. O português mais
simples faz isso, não é preciso ser Deputado neste Parlamento para saber e ver isso.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Repito, qualquer português é capaz de fazer essa análise.
Agora, esperava-se mais de uma Sr.ª Deputada do Partido Socialista e do próprio Partido Socialista, que é
o maior partido da oposição. Esperava-se, Sr.ª Deputada, a segunda parte da sua intervenção, que não
existiu. Zero!
Repito: o diagnóstico nós fazemos, dizer que as políticas que estão a ser seguidas são erradas, aceito — a
Sr.ª Deputada é da oposição —, como aceito vindo do Bloco de Esquerda ou do Partido Comunista. É lógico!
Não concordam com isto. Porém, têm de dizer qual é a alternativa. É porque, Sr.ª Deputada, vir com o velho
chavão para cima dos portugueses de que é preciso políticas de crescimento… Que políticas? Com quê?
Como? Em quê, Sr.ª Deputada?
Os senhores estão agora com esse discurso. Diga-me: quando este Governo tomou posse, estava ou não
amarrado por um Memorando de Entendimento que o Partido Socialista assinou?