I SÉRIE — NÚMERO 58
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Ora, os Deputados do PSD, perante a iniciativa legislativa do PS, também quiseram marcar presença.
Divididos entre o apoio ao Governo e o PSD local, optaram pelo apoio ao Governo e reafirmaram medidas que
decorrem da lei.
Vozes do PS: — Muito bem!
A Sr.ª Odete João (PS): — Nada acrescentam. Ao fazê-lo, estão a ratificar a zona especial de proteção
contra as populações locais.
O Partido Socialista responde às preocupações das populações e recomenda ao Governo que redefina os
limites da área protegida — porque essa é, de facto, a questão — em colaboração as populações e as
autarquias, tendo em conta a salvaguarda do local a preservar, tendo em conta a promoção museológica e
turística, mas sem pôr em causa os direitos das comunidades e o direito ao seu desenvolvimento.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para apresentar o projeto de resolução do PSD, tem a palavra a Sr.ª
Deputada Maria Conceição Pereira.
A Sr.ª Maria Conceição Pereira (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as
Deputadas e Srs. Deputados: Começo por
cumprimentar o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto de Mós, aqui presente, meu bom amigo, as
populações e demais autarcas, bem como o Sr. Presidente da Fundação Batalha de Aljubarrota.
Penso que este é um assunto que não nos divide. Todos os portugueses reconhecem a importância do
Campo Militar de São Jorge e terrenos envolventes pelo facto de constituírem o local onde se travou a batalha
de Aljubarrota. Por isso — e bem — o Governo socialista classificou o campo de batalha e áreas envolvente
como monumento nacional através do Decreto n.º 18/2010, de 28 de dezembro.
Para além do campo de batalha de Aljubarrota — que ocorreu entre o planalto da ponte da Boutaca, no
concelho da Batalha, a Norte, e o Chão da Feira, no concelho de Porto Mós, a Sul — existe um conjunto de
grande singularidade, de que faz parte a capela trecentista à Virgem Maria e a São Jorge, bem como os
vestígios arqueológicos da batalha.
Sr.ª Deputada Odete João, é bom que nos entendamos e relatemos os factos para ficar claro quem é o
«pai» ou a «mãe» de todo este percurso, E, sem dúvida, que é o Partido Socialista. Pois, na sequência da sua
classificação e de acordo com a Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro, que estabelece as bases da política de
proteção e valorização do património cultural, prevê-se a elaboração de um plano de pormenor de salvaguarda
da área a proteger, o que veio a acontecer através de um aviso mandado publicar pela Câmara Municipal de
Porto de Mós, que recebeu do Estado um apoio financeiro para a realização do mesmo, constando nesse
aviso que a área delimitada é a atual zona especial de proteção,…
Protestos do PS.
… mas infelizmente o processo não avançou, tendo posteriormente, como V. Ex.ª referiu, a assembleia
municipal aprovado uma moção para a desafetação da referida zona de proteção.
Sr.ª Deputada, também foi o Partido Socialista que criou uma comissão de acompanhamento, através do
Despacho n.º 29 764/2007, com a chancela da então Sr.ª Ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, e do então
Secretário de Estado Adjunto e da Administração Local, o Sr. Deputado Eduardo Cabrita, que permitiram a
criação dessa comissão de acompanhamento.
Vozes do PSD: — É verdade!
A Sr.ª Maria Conceição Pereira (PSD): — Muito sinceramente, na sequência do trabalho desenvolvido
pelo então Ministro Augusto Santos Silva e pela responsável da cultura, a, agora, Sr.ª Deputada Gabriela
Canavilhas — que tenho pena que aqui não esteja hoje, porque, certamente, não estaria ao lado da Sr.ª