2 DE MARÇO DE 2013
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Vozes do PCP: — Pois é!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Longe vão os tempos em que o CDS, na oposição, propunha a isenção de
propinas. Agora, no Governo, o CDS, o seu Governo e os seus Deputados são responsáveis por existir
estudantes a desistir do ensino superior, a desistir dos seus sonhos.
Mas não desistem de uma coisa: derrotar este Governo e esta política.
Aplausos do PCP.
O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — Não diga disparates!
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, está encerrado o debate conjunto, na generalidade, dos projetos de
lei n.os
358, 361 e 362/XII (2.ª).
Segue-se o projeto de resolução n.º 622/XII (2.ª) — Aprova parecer fundamentado sobre a violação do
princípio da subsidiariedade pela proposta de diretiva do Parlamento Europeu e do Conselho, relativa à
aproximação das disposições legislativas, regulamentares e administrativas dos Estados-membros no que
respeita ao fabrico, à apresentação e à venda de produtos do tabaco e produtos afins (Comissão de Assuntos
Europeus). No guião, não estão requeridos tempos, mas fica identificado este projeto de resolução, que vai ser
posteriormente votado.
Srs. Deputados, vamos entrar no período regimental de votações.
Antes de mais, vamos proceder à verificação do quórum de deliberação, utilizando o sistema eletrónico.
Pausa.
O quadro eletrónico regista 216 presenças, às quais se somam três sinalizadas à Mesa, a saber, dos
Deputados Gabriela Canavilhas e Rui Jorge Santos, do PS, e José Lino Ramos, do CDS-PP, o que perfaz 219
Srs. Deputados presentes, pelo que temos quórum de deliberação.
Vamos proceder à votação do voto n.º 108/XII (2.ª) — De condenação da sentença do Tribunal Militar de
Rabat contra os presos políticos saharauis de Gdeim Izik (BE).
Submetido à votação, foi rejeitado, com votos contra do PSD e do CDS-PP, votos a favor do PCP, do BE,
de Os Verdes e de 12 Deputados do PS (Antónia Almeida Santos, Carlos Enes, Duarte Cordeiro, Gabriela
Canavilhas, Isabel Alves Moreira, Manuel Pizarro, Marcos Perestrello, Pedro Delgado Alves, Pedro Jesus
Marques, Pedro Nuno Santos, Rui Jorge Santos e Rui Pedro Duarte) e a abstenção do PS.
Era o seguinte:
O território do Sahara Ocidental permanece na ONU como em processo de descolonização incompleto
desde a década de 1960, tornando-o o último grande território a continuar como uma colónia. Ocupado
violentamente por Marrocos em meados dos anos 70, há décadas que o povo saharaui luta pelo seu direito à
autodeterminação e pelo acesso aos recursos do seu território, hoje explorados pelo regime ocupante.
Ao longo desta ocupação, têm sido sistemáticas as comprovadas violações dos direitos humanos contra o
povo saharaui, que permanece condenado à pobreza e à condição de refugiado permanente na sua própria
terra.
A 8 de novembro de 2010, as forças marroquinas de ocupação destruíram violentamente o acampamento
saharaui de Gdeim Izik, causando várias vítimas e desaparecidos. O acampamento, que chegou a juntar mais
de 10 000 jaimas (tendas) e 30 000 pessoas, havia sido erguido perto da cidade de El Aiún, capital da antiga
colónia espanhola, em protesto pelas deploráveis condições de vida da população.
Durante e após a violenta destruição do acampamento por parte das forças ocupantes, as autoridades
policiais e militares marroquinas prenderam e torturaram centenas de saharauis. Entre as muitas centenas de
detidos, 24 saharauis foram responsabilizados pela morte de agentes marroquinos.