8 DE MARÇO DE 2013
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O Sr. Eduardo Cabrita (PS): — Sr. Presidente, a minha interpelação é no sentido de, invocando a minha
qualidade de membro da Assembleia Municipal do Barreiro, não permitir que um colega que respeito cometa
este grave erro de falta à verdade.
O que a Assembleia Municipal do Barreiro lamentou foi a destruição do projeto Arco Ribeirinho Sul…
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Exatamente!
O Sr. Eduardo Cabrita (PS): — … e considerou que tal não pode ser posto em causa por uma referência a
uma vertente estritamente local de projetos que este Governo parou e pôs em causa por um grave projeto, um
projeto errado e que afeta toda a região metropolitana de Lisboa.
Aplausos do PS.
O Sr. António Prôa (PSD): — Sr. Presidente, peço a palavra para interpelar a Mesa.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Sr. Deputado, não podemos andar de interpelação em interpelação!
O Sr. Deputado fará chegar à Mesa o texto, que será distribuído, e todos o veremos.
O Sr. António Prôa (PSD): — Sr. Presidente, tem inteira razão, mas puseram em causa a minha palavra.
Queria apenas confirmar que irei pedir ao Sr. Presidente que faça a distribuição do documento que diz,
nomeadamente, que o Barreiro considera o novo porto de Lisboa uma oportunidade. Fá-lo-ei chegar à Mesa.
Aplausos do PSD.
Risos do PCP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Respondendo às preocupações do Sr. Deputado Bruno Dias, tenho
a certeza de que a Mesa será cautelosa, como é sempre, na análise dos documentos que dão entrada e que
os Srs. Deputados sê-lo-ão também.
Portanto, o documento chegará à Mesa, será distribuído e avaliado pelo seu real conteúdo.
O Sr. João Oliveira (PCP): — A menos que só exista no ipad do Sr. Deputado!
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Vamos, então, passar ao ponto 2 da ordem de trabalhos, que
consiste na apreciação conjunta da petição n.º 137/XII (1.ª) — Apresentada pelo Movimento de Utentes de
Saúde Pública, solicitando à Assembleia da República a revogação do aumento das taxas moderadoras e
medidas para assegurar o transporte de doentes, e do projeto de resolução n.º 626/XII (2.ª) — Revogação das
taxas moderadoras e atribuição do transporte de doentes não urgentes (PCP).
Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Carla Cruz.
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Saúdo, em primeiro lugar, os peticionários
aqui presentes.
O PCP defende que o direito à saúde é um direito constitucional. Por defendermos este direito
apresentamos hoje, aqui, o projeto de resolução que recomenda a revogação das taxas moderadoras e a
atribuição de transporte de doentes não urgentes a todos os utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que
dele necessitem.
A política de saúde do atual Governo PSD/CDS, aportada no Memorando de Entendimento assinado pelo
PS, pelo PSD e pelo CDS, tem como marca distintiva a aplicação de medidas antissociais e, em muitos
aspetos, anticonstitucionais.
Da variedade de medidas antissociais e anticonstitucionais contidas no pacto de agressão destaca-se o
aumento brutal das taxas moderadoras. A esmagadora maioria das taxas mais do que duplicaram, e algumas
até triplicaram.