I SÉRIE — NÚMERO 66
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A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, Srs. Jornalistas, está aberta a sessão.
Eram 15 horas e 10 minutos.
Os Srs. Agentes da autoridade podem abrir as galerias, por favor.
Antes de iniciarmos a ordem do dia, vou dar a palavra ao Sr. Secretário para anunciar o expediente.
O Sr. Secretário (Duarte Pacheco): — Deu entrada na Mesa, e foi admitida, a seguinte iniciativa legislativa:
projeto de resolução n.º 644/XII (2.ª) — Deslocação do Presidente da República a Roma (Presidente da AR),
que baixa à 2.ª Comissão.
Em termos de expediente, é tudo, Sr.ª Presidente.
A Sr.ª Presidente: — Vamos dar início à ordem do dia, cujo primeiro ponto é hoje preenchido com um
debate, realizado ao abrigo do artigo 225.º do Regimento da Assembleia da República, com a participação da
Sr.ª Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território.
A metodologia do debate será a seguinte ordem: cada pergunta tem a duração máxima de 2 minutos,
sendo seguida de resposta, em tempo igual, podendo haver réplica com a duração máxima de 1 minuto,
seguida de resposta, em tempo igual.
A ordem das inscrições dos grupos parlamentares também já está definida e será a seguinte: PS, PCP, BE,
Os Verdes, CDS-PP e PSD.
Para formular perguntas, pelo PS, e iniciar o debate, tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Freitas.
O Sr. Miguel Freitas (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do
Ordenamento do Território, gostaríamos de começar este debate fazendo um exercício de verdade, um
exercício de verdade sobre a negociação dos fundos estruturais para 2014/2020. Não está em causa o
empenhamento do Governo nessa matéria, estão em causa os discursos de menorização de danos e de
afirmação de pequenas vitórias.
Sr.ª Ministra, vou colocar-lhe três questões muito concretas.
Primeira questão: a Sr.ª Ministra conhece, hoje, a chave de repartição dos fundos estruturais de cada um
dos Estados-membros para cada um dos pilares da política agrícola comum (PAC)?
Segunda questão: a Sr.ª Ministra considera, ou não, que a perda de 700 milhões de euros de fundos
comunitários para Portugal entre 2014/2020 é uma perda significativa para a agricultura portuguesa? Menos
600 milhões de euros para apoiar o desenvolvimento rural e menos 100 milhões de apoio para o primeiro pilar,
relativo a ajudas diretas, são ou não uma redução significativa?
Terceira questão: o POSEI (Programa de Opções Específicas para o Afastamento e Insularidade) está ou
não incluído no valor que foi atribuído a Portugal para o primeiro pilar?
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Sr.ª Ministra, tem a palavra para responder.
A Sr.ª Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (Assunção
Cristas): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Miguel Freitas, queria começar por lembrar que o Quadro Financeiro
Plurianual que foi discutido, e teve um desfecho muito favorável para Portugal, pela primeira vez na História da
União Europeia, foi discutido num contexto em que houve uma redução global do orçamento comunitário. É a
primeira vez que isto acontece.
Importa dizer-lhe que, neste quadro, a proposta inicial apresentada pelo Presidente do Conselho Europeu,
Herman Van Rompuy, previa uma redução global para a agricultura, no caso de Portugal, de 18%. A redução
que ficou contemplada em termos reais, porque em termos nominais há um acréscimo, como Sr. Deputado
sabe, foi de 7,6%, o que compara com um corte de 14% para a globalidade dos países da União Europeia.
Quer isto dizer que, quando o Sr. Deputado me pergunta se o resultado de Portugal foi bom, lhe respondo
que foi ótimo, pois os outros países têm uma média de corte de 14% e Portugal tem um corte de 7,6%.