I SÉRIE — NÚMERO 66
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certeza que essas pessoas manifestam as suas preocupações e na sua maioria são inquilinos, sendo que
70% desses inquilinos ainda nem sequer receberam a carta. Portanto, estão a informar-se em devido tempo e
previamente. É essa a nossa preocupação.
O Sr. Deputado desdenhou do trabalho que tem sido feito no sentido de alargar o mais possível a
divulgação. Esse trabalho foi feito, já estava na intenção do Governo e foi feito um pedido expresso do
Parlamento nesse sentido, ao qual o Governo, obviamente, deu seguimento. É por isso que, neste momento,
temos três grandes entidades do sector social a ajudar na divulgação da lei, temos 150 000 folhetos
distribuídos pelos concelhos e pelas freguesias, temos o reforço da linha de atendimento telefónico e temos
previstas sessões de esclarecimento presencial. Essa é a nossa maior preocupação.
Compreendo que o Partido Comunista Português não goste da lei; não a quer, não a quis desde o primeiro
momento e entende que deve ficar tudo como está, mas essa não é, naturalmente, a nossa abordagem.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, para replicar, o Sr. Deputado Paulo Sá.
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do
Ordenamento do Território, V. Ex.ª fugiu deliberadamente a responder à pergunta que lhe coloquei.
Referi o caso de um idoso com uma pensão de 300 € que já pagava uma renda de 60 € e a Sr.ª Ministra
veio-me falar no limite de 10%. Isso mostra que desconhece o artigo 37.º da Lei n.º 6/2006, que foi alterada
pelo Governo, que diz que se o valor da renda for inferior ao valor que resultaria da atualização anual é este o
aplicável.
Vozes do PCP: — Exatamente!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Portanto, como este idoso pagava uma renda de 60 € e 10% de 300 € é um valor
inferior, a renda mantém-se nos 60 €! Ou a Sr.ª Ministra não conhece a lei ou, então, fez de propósito para
confundir quem nos está a ouvir. Esta é uma situação real: pagando 60 € de renda, continuará a pagar 60 € de
renda, e tem dificuldade em pagá-la devido à política de austeridade que este Governo impõe. E se se atrasar
oito dias quatro vezes num ano, é despejado, Sr.ª Ministra!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Mais nada!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — A pergunta que lhe fiz é a seguinte: qual é a resposta concreta que o Governo
tem para esta situação?
Vozes do PCP: — Muito bem!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Onde é que este idoso vai viver, se for despejado, depois de se atrasar oito dias
no pagamento da renda quatro vezes num ano?
Responda, Sr.ª Ministra: qual é a resposta que tem para este idoso?
Aplausos do PCP.
O Sr. Altino Bessa (CDS-PP): — Mas, se nunca se atrasou, por que é que agora se vai atrasar?!
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, Sr.ª Ministra.
A Sr.ª Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território: — Sr.ª
Presidente, Sr. Deputado Paulo Sá, sei muito bem o que está na lei!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Mas não parece!