15 DE MARÇO DE 2013
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A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Sr.ª Ministra, quero questioná-la sobre uma situação concreta: um idoso de 70
ano, que tem uma pensão de miséria de 300 €, já estava a pagar pela sua casa arrendada uma renda de 60 €.
Este idoso nunca se atrasou no pagamento das rendas, ao longo de décadas, mas agora, por força da política
de austeridade imposta pelas troicas interna e externa, este idoso não consegue fazer chegar a sua mísera
pensão ao fim do mês e, por isso, atrasa-se oito dias no pagamento da renda num mês, atrasa-se novamente
oito dias no mês seguinte, e isto sucede quatro vezes num ano.
Sr.ª Ministra, o que é que acontece a este idoso que se atrasou oito dias no pagamento da renda, quatro
vezes num ano? É pura e simplesmente despejado por ser um incumpridor, é posto na rua! E vai viver para
onde, Sr.ª Ministra? Qual é a resposta que o Governo tem para estas situações concretas? É esta a pergunta
que lhe deixo.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Sr.ª Ministra, tem a palavra, para responder.
A Sr.ª Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território: — Sr.ª
Presidente, Sr. Deputado Paulo Sá, já estou habituada a que o PCP, à falta de exemplos concretos e reais,
venha trazer exemplos hipotéticos.
Protestos do PCP.
Posso dizer-lhe que, no caso que citou de um idoso com uma pensão de 300 €, de acordo com a atual lei e
com a cláusula de salvaguarda, esse idoso não teria de pagar uma renda superior a 30 €.
Essa foi a parte que o Sr. Deputado não disse: que estamos a falar de uma lei equilibrada, com cláusulas
de salvaguarda…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É, é! Está-se a ver!…
A Sr.ª Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território: — … que
protegem as pessoas mais idosas (com mais de 65 anos), protegem as pessoas em situação de carência
económica e garantem que durante um período de cinco anos essas pessoas gozam de um limite claro
indexado ao seu rendimento — no caso que apresentou, é aplicada uma taxa de esforço de 10%.
Sr. Deputado Paulo Sá, o que o Sr. Deputado não diz também é que invoca números que não refere em
concreto, porque nem sequer os pode referir em concreto, pois a comissão de acompanhamento — que o Sr.
Deputado desdenha e que foi criada juntando todas as entidades que têm acesso não só à informação
quantitativa mas também às perceções qualitativas —, quando lhe foi perguntado quantas pessoas é que
neste momento estão a ter aumentos incomportáveis por deficiente aplicação da lei, respondeu «nenhuma»,
uma vez que essas situações não estão a acontecer.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Não!…
A Sr.ª Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território: — O que está a
acontecer (volto a dizer) é que as pessoas recebem uma carta do senhorio com uma proposta de renda, a
qual, naturalmente, tem de ser respondida, e tem de sê-lo à luz das salvaguardas que a própria lei estabelece.
É isso que está a acontecer.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Está completamente fora da realidade!
A Sr.ª Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território: — Posso dizer-
lhe também que, neste momento, já foram atendidas, via atendimento telefónico, 227 563 pessoas. Com