28 DE MARÇO DE 2013
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conjuntamente com o projeto de resolução n.º 648/XII (2.ª) — Propõe medidas urgentes para a valorização da
escola pública (PCP).
Para fazer a apresentação do projeto de resolução do PCP, tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Tiago.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Em primeiro lugar, em nome do Grupo
Parlamentar do Partido Comunista Português, gostava de saudar a FRENPROF, que promoveu a petição que
hoje discutimos, e todos aqueles que a subscreveram e, ao mesmo tempo, fazer uma breve apresentação do
projeto de resolução que o PCP fez juntar ao debate sobre esta petição.
De facto, as escolas não aguentam mais cortes, e é isso mesmo que nos diz, em primeiro lugar, a petição
que hoje apreciamos.
Ao contrário do que tem vindo a ser afirmado pelo Governo PSD/CDS, diz-nos esta petição — e, aliás, diz-
nos a experiência e o conhecimento da vivência do dia a dia das escolas — que é preciso não só travar os
cortes mas iniciar uma nova política de investimento na escola pública,…
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — … capaz de a mobilizar para os desafios que o Estado lhe vai atribuindo
enquanto lhe corta, cada vez mais, financiamento, meios humanos e materiais.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — O que o PCP propõe, neste projeto de resolução, é que, desde logo, seja
travado o curso de subfinanciamento e de destruição da escola pública, quer pela via da limitação dos seus
recursos quer pela via da desfiguração do seu papel no combate às assimetrias sociais — aliás, sendo ela, na
perspetiva do PSD e do CDS, cada vez mais convertida num instituto de formação profissional, tem vindo a
fazer precisamente o inverso, isto é, a cavar mais essas assimetrias sociais.
Precisamente para travar esse rumo de desfiguração da escola pública, de degradação da qualidade da
escola pública e para responder às necessidades das escolas, dos seus profissionais, das comunidades
educativas e, acima de tudo, dos estudantes, o PCP também propõe um conjunto de medidas que visa parar,
desde já, a política de cortes e iniciar uma política de investimento, traduzida precisamente nos itens que o
PCP apresenta: não perder professores na escola pública; apostar na remodelação do parque escolar,
reiniciando todas as obras que já tinham tido início ou aquelas que já estavam projetadas; realizar um
concurso de recrutamento para as necessidades permanentes do sistema; acabar com a intenção de colocar
os professores na mobilidade especial e começar a planificar, desde já, as medidas necessárias para que, no
próximo Orçamento do Estado, não estejamos a discutir cortes orçamentais mas, sim, a afetação de mais
recursos à escola pública.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — A próxima intervenção é do Sr. Deputado João Prata, do PSD.
Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. João Prata (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as
Deputadas e Srs. Deputados: Tivemos ontem uma
audição com o Sr. Ministro da Educação, na Comissão Parlamentar de Educação e Ciência. Hoje temos este
debate que surge em razão do projeto de resolução do Partido Comunista e de uma petição da FENPROF.
Saudamos a iniciativa de ambos e aproveitamos para cumprimentar os peticionários aqui presentes.
Na audição de ontem ficou claro que a escola pública e a sua defesa não é património de um ou outro
partido ou de qualquer organização sindical.
O Sr. Pedro Lynce (PSD): — Muito bem!