20 DE ABRIL DE 2013
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Aplausos do PCP.
O problema não foi o aumento dos impostos; o problema foi quem teve de os pagar! Isto é, foi o não
aumento dos impostos para aqueles que deveriam pagar, designadamente o capital financeiro e os grupos
económicos. Aí é que era preciso, de facto, aumentar os impostos, ir buscar dinheiro onde o há, e não fazê-los
recair sobre os mesmos do costume!
Vozes do PCP: — Muito bem!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Uma outra questão: em relação à decisão do Tribunal Constitucional,
o Sr. Primeiro-Ministro adotou uma postura como se fosse um cidadão comum que questiona as decisões do
Tribunal Constitucional — acha que é muito democrático. Esqueceu-se que é Primeiro-Ministro do Governo da
República, que tem a obrigação constitucional de respeitar as decisões do Tribunal Constitucional. Esta é a
diferença!
Vozes do PCP: — Exatamente!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — O que o Sr. Primeiro-Ministro fez foi pôr em causa o regular
funcionamento das instituições…
Vozes do PCP: — Exatamente!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — … quando afrontou o Tribunal Constitucional!
Aplausos do PCP.
O problema não está na defesa da Constituição, na exigência da sua efetivação; o problema está em quem
a quis omitir e violar — este foi o problema do Governo e o Sr. Primeiro-Ministro tem de assumir essa
responsabilidade em relação ao Tribunal Constitucional.
Sr. Primeiro-Ministro, termino como comecei: estão a falar de quê?!
Uma ideia pareceu-me clara, no fundo, que é esta: parece que o Governo pode ter continuidade. Ora, nós
consideramos que, pela situação que vivemos, pela situação em que o País se encontra, a demissão do
Governo e a convocação de eleições continua a ser uma questão urgente, fundamental, sem a qual não se
resolve problema algum.
Fala-se em consensos, em consenso, em consensos… Para quê, Sr. Primeiro-Ministro? Para ser cúmplice
desta política? É evidente que percebo os desafios, os elogios e o jogo de sedução em relação ao PS, tendo
em conta o seu compromisso particularmente com o pacto de agressão. Mas não peçam ao PCP para ser
cúmplice e para entrar nesse pântano para o qual os senhores estão a conduzir o nosso País!
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, não posso acompanhá-lo
nas afirmações mais extremas que produziu,…
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Pois, eu sei!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … nomeadamente sobre o regular funcionamento das instituições.
O Sr. Deputado e o Partido Comunista tiveram ocasião, no passado, de discordar de decisões do Tribunal
Constitucional.