I SÉRIE — NÚMERO 81
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O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — E discordaram desta!
Vozes do CDS-PP: — Continuam a discordar!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Manifestaram publicamente discordâncias quanto a decisões do Tribunal
Constitucional.
Protestos do PCP.
O Sr. Deputado não é, constitucionalmente, nem mais nem menos do que qualquer outro cidadão.
Evidentemente, é possível ao Sr. Deputado — tal como a mim — discordar de decisões do Tribunal
Constitucional.
O Sr. João Oliveira (PCP): — O senhor tem responsabilidades acrescidas!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Eu discordei da decisão do Tribunal Constitucional, mas cumprirei o acórdão
do Tribunal Constitucional, Sr. Deputado.
Sabemos muito bem ver a diferença e creio que a cultura do Partido Comunista também permitirá verificar
essa diferença. Não somos obrigados a concordar com o que os tribunais decidem, mas devemos respeitar e
cumprir essas decisões. É muito diferente!
Protestos do PCP.
Não é o Tribunal Constitucional que decide a minha convicção ou o que eu penso. Isso não faz parte de
uma cultura democrática, Sr. Deputado.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Portanto, não o posso acompanhar na ideia de que está em causa o regular funcionamento das
instituições, porque o Governo que afirma cumprir as decisões do Tribunal Constitucional discorda delas.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Não é discordar, é incumprir!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Discordar, Sr. Deputado, não é pôr em causa o regular funcionamento das
instituições. Lamento.
Protestos do Deputado do PCP Bernardino Soares.
Diz o Sr. Deputado, para ilustrar a injustiça que está a ser supostamente praticada, que o Governo não vai
buscar o dinheiro onde ele está. Ora, recordo que, no Orçamento do Estado para 2013, o Governo procurou
que os sacrifícios fossem o mais possível distribuídos por todos.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Só pode estar a brincar!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Não houve, por exemplo, relativamente ao capital financeiro (que,
normalmente, é apontado pelo Sr. Deputado nesta matéria), senão um agravamento — até, nessa altura, por
via fiscal — das condições sobre o capital financeiro, sobre dividendos e juros.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Diga lá quanto é a taxa efetiva?