26 DE ABRIL DE 2013
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Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Srs. Deputados, terminado o debate conjunto dos projetos de lei n.os
349 e 399/XII (2.ª) e dos projetos de resolução n.os
607 e 689/XII (2.ª), informo que estes diplomas serão
votados no período regimental.
Vamos passar ao terceiro ponto da ordem de trabalhos, que consiste na discussão da petição n.º 150/XII
(1.ª) — Apresentada por Vítor Romano Freitas Silva e outros, manifestando-se contra o corte dos subsídios de
férias e Natal dos funcionários públicos e equiparados.
Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Como é óbvio, o Bloco de
Esquerda acompanha o objeto desta petição. Percebe-se a sua pertinência e validade e por isso é que
conseguiu ter um alargado número de subscritores, que lançaram uma preocupação social relevante sobre a
defesa dos direitos constitucionalmente previstos e sobre a ação que o Tribunal Constitucional deveria ter
relativamente a um Orçamento do Estado manifestamente inconstitucional.
É certo que, devido aos trâmites da Assembleia, esta petição acaba por ser discutida depois de conhecida
a decisão do Tribunal Constitucional. Em nome do Bloco de Esquerda, da bancada que represento nesta
intervenção, gostaria de dizer que acompanhamos os peticionários no conteúdo das suas reivindicações. Por
isso mesmo, juntamente com Deputados de outras bancadas, procedemos ao pedido de fiscalização
sucessiva ao Tribunal Constitucional, que revelou defender os direitos dos trabalhadores e dos pensionistas e
reafirmar o que já no ano passado tinha sido possível perceber por uma decisão do Tribunal Constitucional,
isto é, que é ilegal, que está à margem da Constituição retirar parte do subsídio de Natal ou do subsídio de
férias ou a sua totalidade. Por isso, veio dizer o que é justo. O Tribunal Constitucional defendeu os direitos das
pessoas que a Constituição dizia que deveriam ser defendidos.
Da parte do Bloco de Esquerda, cumpriu-se a Constituição, cumpriu-se também o dever destes Deputados
e destas Deputadas ao chamar para o Tribunal Constitucional o cumprimento daquilo que o Governo não quis
levar a cabo e não percebeu, insistindo num Orçamento à margem da lei.
Saudamos o facto de a sociedade civil também ter estado alerta para esta matéria, ficámos satisfeitos com
a decisão tomada e estamos ansiosos para que ela seja materializada na prática.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Santos.
A Sr.ª Isabel Santos (PS): — Sr. Presidente, Sr.as
Deputadas, Srs. Deputados: Recordo que, aquando do
debate do Orçamento do Estado para 2012, tive oportunidade de dizer ao Sr. Ministro das Finanças,
parafraseando Miguel de Unamuno, no seu último testemunho, que, caso persistisse no caminho avançado
por aquele Orçamento do Estado, venceria porque tinha a força da maioria que suporta este Governo, mas
não convenceria porque não tinha razão.
De facto, aquilo que verificamos é que o Governo não teve razão, como provam os indicadores económicos
e sociais, no aprofundamento da dinâmica recessiva instalada na sociedade e na economia portuguesas e não
teve razão porque foram declaradas inconstitucionais as normas para as quais os peticionantes que
entregaram a petição na Assembleia da República chamam a nossa atenção.
Vozes do PS: — Muito bem!
A Sr.ª Isabel Santos (PS): — Esta petição deu entrada a 2 de julho de 2012, na Assembleia da República,
e o decurso do tempo fez com que o objeto esteja integralmente satisfeito naquilo que é de mais fundamental,
porque o Tribunal Constitucional declarou a inconstitucionalidade da suspensão dos subsídios de Natal e de
férias em 2012, embora não tivesse declarado, posteriormente, a entrega destes subsídios aos trabalhadores,