3 DE MAIO DE 2013
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É elemento essencial a preservação das funções sociais do Estado e uma efetiva proteção social, ao
contrário dos cortes de milhares de milhões de euros que os senhores apontam para os próximos anos, em
cima dos cortes já realizados,
O que o País reclama, para assegurar o seu desenvolvimento soberano, não é a submissão a um
Programa que é uma verdadeira agressão ao País e aos interesses nacionais, mas, sim, a rejeição desse
Memorando, desse pacto de agressão. O que o País reclama não são medidas de propaganda, mas, sim, a
imediata demissão do Governo ainda em funções e a convocação de eleições antecipadas.
Não foi com esta clareza que ouvimos o PS dizer que era preciso um Governo novo e um novo Primeiro-
Ministro. Não é um dia qualquer, não é quando este Governo quiser sair pelo seu próprio pé; o Governo tem
de ser demitido pela luta das populações, há de cair por ação dos trabalhadores, pela ação confiante e
combativa das classes trabalhadoras.
São cada vez mais os homens e as mulheres deste País que dão mais força a este clamor: imediata
demissão do Governo e convocação de eleições antecipadas.
Tivemos ontem centenas de milhares de vozes na Alameda, na Praça do Bocage, nos Aliados, de norte a
sul do País, tivemos os trabalhadores e o povo a exigir, a afirmar a exigência de um rumo diferente, de um
outro caminho, de uma outra política e de um outro Governo.
Este mês vai ser marcado pela continuação dessas lutas. Este mês vai ser a continuação deste caminho de
construção do futuro através da luta dos trabalhadores e do povo contra estes políticos e estas políticas!
Aplausos do PCP.
Entretanto, reassumiu a presidência a Presidente, Maria da Assunção Esteves.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Duarte Pacheco.
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: No fim deste debate, podemos
fazer o balanço das alternativas que foram apresentadas à política que está a ser seguida pelo Governo
português.
A realidade é muito simples: para fazer face à situação de pré-bancarrota com que o País estava
confrontado em 2011, Portugal assumiu um conjunto de compromissos internacionais que garantiu o
financiamento ao Estado e à economia portuguesa.
Vozes do PCP: — À banca! À banca!
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Foi graças a esse financiamento que tem sido possível ao País
sobreviver e fazer face aos compromissos internos e externos ao longo destes dois anos.
Aplausos do PSD.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Falso!
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Este programa obrigou a sacrifícios muito elevados. Este programa exige
alterações profundas na nossa maneria de estar como portugueses e provocou sacrifícios muito pesados a
todos os portugueses, em que o número de desempregados é o maior exemplo dos sacrifícios sociais que
este programa provocou. Mas, perante esta situação, quais são as alternativas?
Por parte do Bloco de Esquerda e do PCP é muito simples. É, resumidamente, não pagar.
Vozes do PCP: — É falso!
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Isto é, defendem que, se reestruturarmos a dívida, não pagando parte do
que nos emprestaram, resolvemos todos os nossos problemas — o País renasce, o País cresce —
esquecendo, pura e simplesmente, que sem financiamento a economia e o País paralisavam.