4 DE MAIO DE 2013
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O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Queira fazer o favor de terminar, Sr. ª Deputada.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Termino já, Sr. Presidente.
Ao PS quero dizer o seguinte: se estes projetos forem aprovados, em sede de especialidade, podemos
perfeitamente esperar por outros projetos que venham e complementá-los; podemos inclusivamente esperar
pelos projetos da maioria que espero que cheguem.
Os senhores ficam com o compromisso de responder aos bailarinos da Companhia Nacional de Bailado
sobre o timing concreto para a resolução dos seus problemas — os Srs. Bailarinos presentes nas galerias
estão a acenar com a cabeça dizendo que sim. O compromisso está assumido, os senhores podem exigi-lo!
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Não havendo mais inscrições, dou por concluído este debate.
Passamos ao quinto ponto da ordem de trabalhos, que consiste na apreciação da petição n.º 211/XII (2.ª)
— Apresentada por Maria do Rosário Tonilhas Marques Fadista Monteiro da Gama e outros, solicitando à
Assembleia da República a defesa dos direitos dos aposentados, pensionistas e reformados, conjuntamente
com o projeto de resolução n.º 695/XII (2.ª) — Recomenda ao Governo o aumento de todas as pensões
mínimas (BE).
Para apresentar o projeto de resolução do Bloco de Esquerda, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana
Aiveca.
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Queria, em primeiro lugar, dirigir
uma saudação muito especial aos peticionários aqui presentes e fazia-o na pessoa da primeira subscritora,
Prof.ª Maria do Rosário Gama, que se encontra presente hoje neste Plenário.
O projeto de resolução do Bloco de Esquerda advém exatamente da circunstância constante da petição n.º
211/XII (2.ª), subscrita por 12 541 cidadãos e cidadãs, que apelavam a esta Assembleia que solicitasse a
fiscalização da constitucionalidade das medidas inscritas no Orçamento do Estado para 2013 que
representavam uma brutal carga fiscal sobre os pensionistas.
O Bloco de Esquerda cumpriu a sugestão dos peticionários e solicitou exatamente a fiscalização sucessiva
da constitucionalidade do Orçamento do Estado, cujo resultado é de todos conhecido.
Creio que as intenções dos peticionários aqui presentes não se esgotam apenas na solicitação da
fiscalização da constitucionalidade do Orçamento de Estado e convocam-nos para uma discussão mais
profunda sobre a política do Governo no que aos aposentados e pensionistas diz respeito.
Sabemos que é um grupo com grandes vulnerabilidades hoje; sabemos que a este grupo o Governo
imputou responsabilidades pelo facto de usufruírem da sua pensão, que resultou dos descontos de uma vida
inteira de trabalho.
O Governo, com as medidas que tomou, rompeu o contrato que fez com os pensionistas e aposentados e
cada vez os vai penalizando mais. Aliás, faz isto com todos os grupos profissionais, ou seja, deita para cima
dos pensionistas e aposentados as culpas de usufruírem o seu direito à aposentação. E não contente com o
corte nas pensões, com o corte dos subsídios, o Governo também aumenta os transportes, aumenta o IMI, faz
uma lei das rendas que vai afetar particularmente os pensionistas e reformados, aumenta as taxas
moderadoras. Ou seja, não tem qualquer respeito por este grupo profissional, por este grupo de pessoas, por
toda uma geração que deu ao País o melhor de si mesmo.
Por isso, o Bloco de Esquerda, saudando os peticionários, apresenta nesta Câmara, também, uma
recomendação para que todas as pensões, particularmente as pensões mínimas, tenham um aumento, porque
não é aceitável que, para quem trabalhe uma vida inteira, a reforma seja um sinónimo da pobreza garantida.
Ao contrário do que disse o Governo disse, isto é, que atualizou as pensões mínimas — o que representa
uma falsidade —, o Bloco de Esquerda traz aqui hoje um projeto de resolução para que essa atualização
aconteça de facto: atualização de todas as pensões mínimas!