10 DE MAIO DE 2013
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tentativa de ter posições comuns do Parlamento à custa do sacrifício de quem não integra a maioria
conjuntural do momento, qualquer que seja essa maioria.
Aplausos do PS.
Assim, saúdo o anúncio feito pelo Deputado António Rodrigues de que vão deixar cair este ponto do projeto
de resolução.
Sobre o projeto de resolução que recomenda ao Governo que, finalmente, tenha uma agenda de política
europeia, devo dizer que o mesmo é, em grande parte, inócuo e, do nosso ponto de vista, tenta salvar a má
consciência que o PSD e a maioria têm pela inexistência de uma verdadeira política governamental europeia.
Aplausos do PS.
Quase nos faz lembrar o que diz a sabedoria popular sobre um medicamento bem conhecido: não faz nem
bem nem mal. Pouco acrescenta às resoluções e outras iniciativas que a Assembleia da República tem
aprovado, quer no plano das políticas quer na reorientação das instituições. Preocupa-se pouco com os
impactos das decisões europeias na coesão e nas políticas sociais, na necessidade de a Europa caminhar
rumo a uma união política e social ou ainda com a insistência em políticas e receitas que já demonstraram
estarem erradas. Mas, repito, tirando estes aspetos, não faz bem nem mal.
Finalmente, uma palavra sobre o projeto de resolução relativo ao Quadro Estratégico Comum Europeu
2014-2020. Temos de afirmar que o método é, do nosso ponto de vista, totalmente reprovável. Estamos a falar
daquilo que deveria ser a estratégia de desenvolvimento sustentado e sustentável em todas as suas vertentes
— económicas, sociais, de luta contra a pobreza, de inclusão social, de proteção do meio ambiente, de
inovação, de qualificação ao longo da vida, de competitividade até ao final da corrente década e para o futuro.
Pois bem, aquilo que o PSD e o CDS-PP nos apresentam é a intenção de diluir e de esconder num debate
sobre a Europa, no Dia da Europa, a incapacidade do Governo de apresentar uma verdadeira estratégia
integrada, quer a nível macro quer a nível micro, com metas quantitativas a atingir e com calendários de
execução.
Saudando a decisão dos proponentes de permitirem a baixa à comissão deste projeto de resolução sem
votação, para aí podermos trabalhar soluções que tenham em conta todos os interesses em presença, digo,
desde já, que o Partido Socialista não passa cheques em branco nem relativamente ao método nem
relativamente ao conteúdo.
Aplausos do PS.
Esta é uma matéria demasiado séria para ser tratada de uma forma ligeira e para não contar com o
contributo de todos os partidos representados nesta Assembleia.
Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Ao falarmos de política europeia estamos a falar e a definir o nosso
futuro coletivo. Aconselha a prudência e a responsabilidade que ele tenha o consenso mais alargado possível
— objetivo hoje tão em voga —, em nome do futuro e em nome do nosso País.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Almeida
Henriques.
O Sr. Almeida Henriques (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Permitam-me que, no início
desta intervenção, deixe aqui duas notas.
A primeira delas, de cariz pessoal, é para testemunhar o gosto que tenho em regressar ao debate
parlamentar na qualidade de Deputado eleito, exatamente no Dia da Europa e para me focalizar no debate
sobre a questão dos fundos comunitários.