I SÉRIE — NÚMERO 87
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A segunda nota é para dizer ao Sr. Deputado do Partido Socialista que, efetivamente, para além de
deselegante, a observação que fez na intervenção de há pouco denota que não consulta os sites e não
conhece a informação.
Gostava de recordar, Sr. Deputado, que, em dois anos, passámos de menos de 30% de execução dos
fundos comunitários para mais de 60%.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Gostava também de recordar, Sr. Deputado, que só graças a uma reprogramação estratégica, feita em
sintonia com a sociedade portuguesa, foi possível realocar para a economia mais de 2000 milhões de euros,
que de outra forma seriam utilizados em obras faraónicas que não trariam nenhum desenvolvimento ao País.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Quero ainda lembrar, Sr. Deputado, que, neste momento, a taxa de aprovação ultrapassa 96%, temos uma
taxa de pagamento superior a 63% e uma execução que já ultrapassa 61%.
Portanto, Sr. Deputado, só por ignorância ou por má-fé se pode fazer a avaliação que o senhor fez há
bocado.
Aplausos do PSD.
Queria também deixar uma nota prévia para a Sr.ª Deputada Helena André.
Nunca até hoje se fez um debate tão aprofundado na preparação dos fundos comunitários como está a ser
feito agora,…
Vozes do PS: — Aqui?!
O Sr. Almeida Henriques (PSD): — … quer em sede parlamentar, quer junto das regiões, quer noutras
paragens.
Indo ao tema que me traz aqui, Sr.as
e Srs. Deputados, inicia-se já no próximo ano, em 2014, o novo ciclo
de financiamento da União Europeia às políticas de coesão, crescimento e emprego que vigorará até 2020.
Esperemos que até ao final do ano — é desejável que assim seja —, enquanto decorre a fase formal de
negociação com o Parlamento Europeu, esteja concluída a negociação do acordo de parceria entre o Estado
português e a Comissão Europeia que definirá a arquitetura do futuro quadro de apoios comunitários a
Portugal. Esta é claramente uma matéria que reclama especial atenção e um escrutínio por parte da
Assembleia enquanto representante democrática do povo e dos cidadãos.
Para Portugal, este não é um assunto qualquer. Os fundos estruturais da União Europeia são hoje, e serão
no futuro próximo, o principal, senão o único, instrumento relevante de apoio ao investimento produtivo em
Portugal e de uma política de estímulo ao crescimento e à competitividade.
Simultaneamente, os fundos comunitários constituem ainda o mais importante recurso para as políticas de
emprego e inclusão social, de desenvolvimento regional e coesão territorial e de uma reforma do Estado
verdadeiramente modernizadora.
Um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo como preconiza a Estratégia Europa 2020 não se faz
por varinha de condão, por discursos inconsequentes, por tecnocratas de gabinete ou por quem faz juízos
prévios sobre este assunto, faz-se com base em opções políticas, estratégicas e programáticas pertinentes,
justas e adequadas aos desafios que enfrentamos.
O Sr. João Figueiredo (PSD): — Essa é a diferença!
O Sr. Almeida Henriques (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, podem não existir últimas
oportunidades para os países mas, seguramente, existem oportunidades imperdíveis. O novo QREN, como lhe
têm chamado, é uma oportunidade imperdível para Portugal.