I SÉRIE — NÚMERO 101
10
Ora, mandaria o bom senso que, por exemplo, a racionalizar, ficássemos com uma estação dos correios
num lado da freguesia e uma estação de correios noutro lado, mas não foi isso que foi feito, ou seja,
encerraram num sítio onde não há nenhuma e mantiveram duas estações na outra zona. Também aqui, se
houvesse melhor articulação com a Câmara Municipal e com as freguesias, todos teríamos a ganhar.
Para terminar, mais duas notas, Sr. Secretário de Estado: seria relevante e importante que, em matéria da
garantia de bases de dados dos CTT, tivéssemos uma palavra sua sobre a proteção e valorização desses
ativos, em especial dos dados que não foram fornecidos de forma voluntária pelas portuguesas e pelos
portugueses.
É importante que isto seja protegido e é importante que seja valorizado.
Para terminar, Sr.ª Presidente e Sr. Secretário de Estado, Caras e Caros Colegas, quero reiterar o que
temos dito, mas que tem sido um diálogo que não nos tem conduzido, até agora, a lado nenhum: se o Sr.
Secretário de Estado e o Governo não mudarem de ideias em matéria de suspensão das privatizações,
continuamos a reiterar que somos contra negócios particulares, somos contra ajustes direitos, defendemos
concursos públicos internacionais, queremos a publicitação dos relatórios das comissões de acompanhamento
e queremos as comissões de acompanhamento nomeadas atempadamente.
O Sr. Secretário de Estado e o Sr. Ministro da Economia, hoje, de manhã, abriram a porta à dispersão em
Bolsa de parte do capital dos CTT, mas sem serem absolutamente claros sobre essa matéria.
Queria terminar perguntando-lhe se quer dizer-nos algo sobre isto, aqui, em Plenário, sobre se vai ou não
ser assim e o que é que estão a pensar sobre esta matéria. De facto, tendo nós uma opinião negativa sobre
esta privatização e achando que devia ser um tema revisitado, sempre é melhor ser em Bolsa do que ser em
negociação particular ou por ajuste direto.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Estão inscritos, para intervir, os Srs. Deputados Nuno Serra, do PSD, Ana Drago, do
BE, José Luís Ferreira, de Os Verdes, por enquanto.
Tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Serra.
O Sr. Nuno Serra (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Secretários de Estado, Srs. Deputados: Este é o terceiro
debate que temos relativamente ao encerramento de estações dos CTT/privatização.
No primeiro, falámos do encerramento dos CTT e ficou aqui perfeitamente esclarecido que continuam a
existir carteiros, que as pessoas continuam a poder pagar a luz, a água e as comunicações em zonas
alternativas, continua o serviço de confidencialidade, apesar de ter sido aqui muito polémico o assunto, em
suma, os CTT e o Governo assumiram e garantiram que vai existir a manutenção do serviço universal postal
dentro dos mesmos moldes que até hoje existiu.
Passado o debate da privatização, hoje, tivemos um debate puramente ideológico, ou demagógico, mas da
empresa que vai assessorar esta privatização. Esqueceu-se o PCP de dizer que, para chegarmos a esta
empresa, foram contatadas e foram ouvidas mais de 24 entidades, 12 da área da banca, 12 da área da
advocacia.
Srs. Deputados, não deixamos de afirmar que é importante debater este assunto, a que deve ser dado um
espaço alargado, mas também não podemos deixar de afirmar que, provavelmente, tinha sido mais eficiente
se os senhores se tivessem sentado à mesa das negociações com a troica e tivessem dito, na altura, a vossa
posição sobre as privatizações…
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
…e, mais recentemente, se se tivessem sentado na comissão que o PSD propôs para a reforma estrutural
do Estado e aí tivessem feito o vosso papel, não se demitindo da responsabilidade de dizer o que pensam
sobre o assunto.
O Sr. Paulo Batista Santos (PSD): — Muito bem!