15 DE JUNHO DE 2013
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O Sr. Primeiro-Ministro: — Tal significa, portanto, que no fluxo de dívidas que o Estado tem, a nova dívida
é inferior à dívida antiga, inferior em volume e em maturidade, e significa que o Estado não só não está a
aumentar o stock de dívida,…
O Sr. Pedro Jesus Marques (PS): — Está, está!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … antes pelo contrário, como, ainda para mais, está a conseguir encurtar os
prazos de pagamento dessa dívida.
Isso teve, sobretudo, muita expressão no setor da saúde, em que, como o Sr. Deputado recordou, e muito
bem, havia cerca de 3000 milhões de euros de dívida, a maior parte dela colocada em hospitais EPE, que
evidentemente criavam um estrangulamento muito grande à generalidade dos fornecedores do Serviço
Nacional de Saúde.
Para regularizar o fornecimento ao Serviço Nacional de Saúde foi possível utilizar uma parte da
transferência que foi feita dos fundos de pensão dos bancos para o Estado, para a segurança social, para
pagar essa dívida. E não há dúvida de que hoje conseguimos prazos menores e condições mais vantajosas
para o Serviço Nacional de Saúde do que no passado, em que as dívidas se acumulavam e simplesmente se
varriam para debaixo do tapete, à espera de um Orçamento retificativo que regularizasse mais uns quanto
pagamentos.
Estamos, pois, a pagar as dívidas do passado, e ainda bem que o estamos a fazer, porque assim
libertamos o futuro.
O Sr. Deputado referiu a linha própria dedicada que criámos para os municípios e eu acrescentaria também
para a Região Autónoma da Madeira. Estamos a falar de 1100 milhões de euros para pagar dívidas a
fornecedores do Estado, neste caso da administração regional, e de outros 1000 milhões da administração
local.
Esses programas terão, julgo, no caso da Madeira, uma execução significativa a partir de julho, uma vez
que se está a chegar à fase de aprovar os planos de pagamentos para essas dívidas, que resultaram em
benefício de uma diminuição líquida da dívida da Região Autónoma da Madeira — é importante sublinhá-lo —,
mérito do Governo Regional da Madeira, que, com este instrumento disponibilizado pelo Governo da
República, conseguiu, com muito mérito,…
Aplausos do PSD.
… abater mais de cerca de 60 milhões de euros à dívida consolidada que existia do lado dos fornecedores.
Temos a expectativa de que, ao nível das autarquias locais, isso também possa ocorrer.
Segundo aspeto, Sr. Deputado: foi solicitada uma informação sobre a Caixa Geral de Depósitos. Dentro do
que é habitual fazer-se entre o Estado e a Parpública, houve uma recomposição de carteira em que utilizámos
algumas ações da Caixa que estão no Tesouro para pagar dívidas do próprio Tesouro à Parpública, no
essencial por alienações que foram feitas de ativos da Parpública que abateram à dívida pública em resultado
de operações de privatização e que constituíram, portanto, uma dívida do próprio Tesouro à Parpública. O
Tesouro entendeu, como já no passado aconteceu relativamente a outras operações, recompor a sua carteira,
fazendo esses pagamentos através da utilização de ações que detém da Caixa Geral de Depósitos.
Foi feita uma pergunta sobre a privatização da Caixa Geral de Depósitos. Trata-se de uma pergunta que é
feita de tempos a tempos. E eu quero garantir ao Sr. Deputado António José Seguro, como já aqui fiz uma vez,
que no dia em que o Governo entender que deva propor a privatização de parte do capital da Caixa Geral de
Depósitos não deixará de o fazer com toda a transparência. Não há nenhum compromisso assumido
relativamente à privatização da Caixa Geral de Depósitos!
Também foi suscitada a questão, ainda em repetição, das operações que envolveram os contratos swap na
REFER por parte da Dr.ª Maria Luís Albuquerque. Vários Srs. Deputados voltaram a suscitar essa questão
como se ela constituísse uma espécie de ferrete que devesse ser explorado publicamente.
Em relação a essa matéria, quero dizer que há uma diferença muito grande entre classificar um produto
dessa natureza como tóxico ou como complexo. São duas coisas totalmente diferentes! Existem dois