20 DE JUNHO DE 2013
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Relativamente ao programa Impulso Jovem, o que o Governo fez foi criar um carrocel, um passaporte para
o desemprego que prevê a criação de estágios de seis meses em que o Governo se propõe pagar aos
licenciados no âmbito da Administração Pública uma verba vergonhosa de 628 €.
Para terminar, Sr.ª Deputada, a questão que gostaria de colocar-lhe prende-se com uma realidade
dramática, que é a emigração. Desde que este Governo tomou posse, cerca de 100 000 jovens foram já
forçados a emigrar para fazer face ao desemprego e à miséria no nosso País, muitos deles não sabendo que
situação vão encontrar nesses países e sendo confrontados com realidades dramáticas de desespero e de
falta de condições também nos países para onde emigraram.
Portanto, a questão muito concreta que queria colocar-lhe, Sr.ª Deputada, é se entende que quem está a
mais no País são os jovens, que têm o direito de ser felizes no seu País, ou são este Governo e o pacto da
troica, que deviam emigrar para a lua.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Inês Teotónio Pereira.
A Sr.ª Inês Teotónio Pereira (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, Sr.ª Deputada Heloísa
Apolónia, queria começar pela seguinte consideração: não é possível falar do desemprego jovem sem falar da
educação,…
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Exatamente!
A Sr.ª Inês Teotónio Pereira (CDS-PP): — … seja da educação no ensino superior, no ensino secundário
ou na via profissional, seja de que tipo de educação for, pois é aí que se ganham todas as ferramentas e todas
as competências para se entrar no mercado de trabalho.
Portanto, qualquer conversa, qualquer discussão sobre o desemprego jovem deve centrar-se na educação,
que é sempre a resposta quer para o desenvolvimento económico (e acho que todos concordamos com isto)
quer para resolver os problemas do desemprego.
Todos sabemos (e é preciso sermos honestos quando falamos desta questão) que a situação que vivemos
não é uma situação normal. Portanto, o percurso que se consideraria natural entre a educação e, depois, o
mercado de trabalho, não está a ser, como devia, possível.
Diz a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia que o Governo tem tido uma atitude passiva nesta questão. Ora,
percebo que a Sr.ª Deputada discorde dos programas que o Governo tem apresentado, mas não pode dizer
que o Governo tem tido uma atitude passiva.
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Exatamente!
A Sr.ª Inês Teotónio Pereira (CDS-PP): — É que o Governo, seja através de programas de incentivo ao
emprego jovem, como o Estímulo 2013, seja com medidas de apoio à contratação via isenção da TSU, seja
através do programa Vida Ativa, seja através da qualificação e ensino profissional, muito tem feito nesta
matéria.
No entanto, todos sabemos que a melhor medida de incentivo ao emprego será sempre a resolução desta
crise, será sempre livrarmo-nos da troica, será sempre conquistar a nossa independência financeira, criar
riqueza e voltar a crescer sustentadamente — essa será sempre, tem de ser, a missão principal do Governo.
Ora, o desemprego jovem acentuado pela crise é um problema de futuro. E nós temos é de impedir que ele
seja estrutural. E para não ser estrutural temos de apostar na educação. E como? Oferecendo várias vias
dentro do sistema de ensino: quer a via profissional, quer o ensino dual, quer a qualificação. E nisso o
Governo tem dado vários passos em frente.
Por outro lado, é fundamental conseguir que o ensino que a escola oferece corresponda às necessidades
do mercado de trabalho, às necessidades que as empresas têm. Ora, é isso que o Governo tem estado a
fazer, é isso que tem estado a ser implementado.