I SÉRIE — NÚMERO 106
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O Sr. Paulo Batista Santos (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado António José Seguro, conhecemos
hoje a outra via do Partido Socialista, uma via que pretende apresentar ao País alternativas, soluções
concretas para resolvermos algumas das dificuldades que a economia e que os portugueses conhecem.
Desde logo, queria dizer-lhe que desta bancada há a maior abertura para a análise detalhada daquelas que
são as propostas que V. Ex.ª anunciou. Seguramente, mais de 50% delas merecerão o apoio desta bancada.
A Sr.ª Teresa Leal Coelho (PSD): — Muito bem!
O Sr. Paulo Batista Santos (PSD): — Quero dizer a V. Ex.ª que todos somos poucos naquele que é o
desafio com que Portugal está confrontado em criar melhores condições de competitividade às empresas
portuguesas, em relançar a economia nacional e, sobretudo, em manter o objetivo de recuperação do
emprego.
Todas as iniciativas apresentadas nesta Casa serão válidas como aquelas que V. Ex.ª aqui sinalizou.
Permita-me, no entanto, dizer algo mais: o Partido Socialista, que V. Ex.ª hoje lidera e representa, nem
sempre tem tido coerência neste domínio. É importante sublinhá-lo, não para evidenciar algumas diferenças
que temos, mas, sobretudo, para salientar que nem sempre o Partido Socialista tem acompanhado as medidas
que o Governo tem sistematicamente apresentado ao País e apresentado a esta Câmara e que, em larga
medida, vão em linha com aquelas que hoje aqui apresentou.
Permita-me que sublinhe que, infelizmente, do Partido Socialista, que V. Ex.ª lidera, nos últimos tempos já
ouvimos um pouco de tudo. Há quem defenda a saída do euro, há quem defenda não pagarmos a dívida, há
quem defenda deixar tudo mais ou menos como está.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Há quem defenda, como os senhores, não pagar os salários!
O Sr. Paulo Batista Santos (PSD): — Concordamos com V. Ex.ª em que é absolutamente necessário a
existência de medidas concretas, objetivas, como as que apresentou, mas que também é importante
discutirmos a reforma do Estado, arranjarmos um equilíbrio naquilo que é a consolidação orçamental do nosso
País.
Certamente V. Ex.ª também concordará que é importante cumprirmos as obrigações internacionais com o
que o nosso País se comprometeu. O vosso discurso é o de colocar uma pedra, de colocar um fim às medidas
de austeridade, mas estou certo de que também concordará connosco que esses são objetivos que têm de ser
necessariamente compagináveis com os acordos internacionais que celebrámos em maio de 2011.
Termino, Sr. Deputado, com uma pergunta concreta e que tem a ver com o nível de concretização das
medidas. Não vou sequer evidenciar que V. Ex.ª falou em 10 medidas e só apresentou a este Parlamento
apenas oito diplomas.
O Sr. António José Seguro (PS): — Não, não!
O Sr. Paulo Batista Santos (PSD): — Desculpe, Sr. Deputado, se estou a cometer algum erro, mas terá
oportunidade de corrigir.
A questão concreta tem a ver com algumas medidas que apresentou. No exercício que aqui apresentou ao
Parlamento há uma nota que é comum: é que algumas delas, do ponto de vista prático, haverá dificuldades
em concretizá-las. Não vou dizer que V. Ex.ª fez aqui um exercício um pouco na linha da última saga dos
mestres da ilusão, mas há medidas que, de facto, do nosso ponto de vista, ou são melhor concretizadas ou
não passam disso mesmo, isto é, de mais ilusões para os portugueses.
O Sr. Deputado anunciou aqui a conta corrente fiscal como uma medida essencial de justiça fiscal e de
apoio à tesouraria das empresas. Resta saber se V. Ex.ª não acha relevante que o combate à fraude e evasão
fiscais continua a ser uma prioridade para o nosso país.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Queira terminar, Sr. Deputado.