I SÉRIE — NÚMERO 107
40
Convém atentar no saldo que se verificava em 31 de dezembro de 2011, altura em que tínhamos 35
projetos de parcerias público-privadas. E os senhores apontam o PSD dizendo que estabeleceu acordos
relativos a muitas parcerias público-privadas?!
Ó Srs. Deputados, em todo o universo dos governos do PSD houve 4 parcerias público-privadas por
contraponto com 31. Houve um investimento de 1731 milhões de euros por contraponto com um investimento
de 16 600 milhões de euros do Partido Socialista — a diferença é de 9% para 90%.
Isto diz bem da dimensão do buraco em que os governos socialistas enfiaram o País e os portugueses.
Protestos do PS.
Neste momento, a situação em se encontra o País e os portugueses é difícil, mas o Governo encetou em
2011 uma estratégia abrangente e de equilíbrio para resolver os desequilíbrios macroeconómicos e as
debilidades estruturais acumuladas.
Aplausos do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Tem agora a palavra, pelo PCP, o Sr. Deputado Paulo Sá.
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, Srs. Secretários de Estado: O Tribunal de
Contas, no seu parecer sobre a Conta Geral do Estado de 2011, é taxativo, referindo que o desrespeito por
princípios orçamentais bem como o incumprimento de disposições legais que regulam a execução e a
contabilização das receitas e das despesas afetam o rigor, a integralidade e a transparência da Conta Geral do
Estado.
Acresce ainda que a constante alteração do universo dos serviços abrangidos, a alteração dos critérios
contabilísticos e a utilização de valores provisórios na execução orçamental afetam a comparabilidade dos
orçamentos ao longo dos anos.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — São muitas as deficiências encontradas na Conta Geral do Estado pelo Tribunal
de Contas, entre as quais destacamos a ausência de informação da receita obtida com o combate à fraude e à
evasão fiscais, a manifesta subavaliação da despesa fiscal, a utilização do Plano Oficial de Contabilidade
Pública apenas por metade dos serviços, a insuficiente informação relativa à dívida pública direta e a
informação incompleta e dispersa sobre a execução dos fundos comunitários.
Perante isto, exige-se ao Governo que, no futuro, aplique integralmente as recomendações emitidas pelo
Tribunal de Contas, com vista à correção de erros e de deficiências e à melhoria da fiabilidade e do rigor da
Conta Geral do Estado.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — A análise da Conta Geral do Estado de 2011 exige que nos debrucemos sobre
as políticas levadas a cabo durante o respetivo exercício orçamental.
Em 2011, na sequência das eleições legislativas de junho, mudou o Governo, mas não mudaram as
políticas. Aos PEC sucedeu-se o Memorando da troica, negociado e assinado pelos três partidos da política de
direita, que, ao longo dos últimos 30 anos, têm desgovernado Portugal: PS, PSD e CDS.
Desde o primeiro momento que o PCP denunciou este Memorando como um verdadeiro pacto de agressão
contra Portugal e os portugueses.
Vozes do PCP: — É verdade!