29 DE JUNHO DE 2013
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Risos do PS.
O Sr. Cristóvão Crespo (PSD): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados e Sr.as
Deputadas: A política
orçamental imprudente conduziu à insustentabilidade das contas públicas, e esta não é uma afirmação desta
bancada nem do Governo, é uma afirmação de atores respeitados e responsáveis, como o Banco de Portugal
e a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO). Todos eles afirmam que o cenário externo muito adverso
só veio deixar a nu, e de forma evidente, os desequilíbrios macroeconómicos estruturais da economia
portuguesa.
O Sr. Paulo Batista Santos (PSD): — Muito bem!
O Sr. Cristóvão Crespo (PSD): — E quando digo «desequilíbrios estruturais» refiro-me não só às
administrações públicas — todos nós conhecemos esse panorama — mas também ao setor empresarial do
Estado e às parcerias público-privadas. Todo este conjunto de desequilíbrios levou a que o stock da dívida
pública disparasse e a que os juros escalassem.
O Sr. Honório Novo (PCP): — E os swap?!
O Sr. Cristóvão Crespo (PSD): — Portanto, este é o cenário que nos conduziu a esta situação.
Os governos socialistas tiveram uma grande capacidade para fazer operações criativas que condenaram
este Governo e os futuros governos.
Quanto a Portugal, não podemos ter só em atenção o ano de 2011, pois se olharmos para os dados
relativos a 2009 e a 2010 verificamos que em 2009 tivemos um défice de mais de 10%,que em 2010 tivemos
um défice de quase mais de 10%, que a dívida pública cresceu, sucessivamente, dos 71% para os 83% e,
depois, para os 94%.
Vozes do PSD: — É verdade!
O Sr. Cristóvão Crespo (PSD): — Srs. Deputados do Partido Socialista, conforme já disse há pouco,
agora os senhores querem que escalemos o buraco de ascensor,…
Protestos do PS.
… mas os senhores deixaram-nos unicamente uma corda para escalar esse buraco.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Cristóvão Crespo (PSD): — Aliás, para o verificarmos, basta olharmos para o cenário
macroeconómico que o Governo socialista nos deixou para o Orçamento do Estado para 2011.
Atentem nalguns pormenores: esse Governo previa, no cenário macroeconómico para 2011, que o PIB
passaria a ter um valor residual de crescimento de 0,2%. Ora, em 2010, o emprego caiu 1,5%, mas o Governo
previa que caísse só 0,4% — vejam esta maravilha! Em relação ao desemprego, mantiveram o valor estável.
Em relação à dívida pública, que no ano de 2010 era de 94%, previa que caísse para 86% em 2011.
Protestos do PS.
Portanto, aqui está a credibilidade das vossas políticas e o resultado a que nos levaram.
A suborçamentação da despesa com pessoal e os pagamentos de dívidas em atraso foram algumas das
situações com que o Governo se viu confrontado. E isto para não desenvolver a situação não só do setor
empresarial do Estado como das parcerias público-privadas.