6 DE JULHO DE 2013
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A Sr. ª Presidente: — Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, Srs. Jornalistas, está aberta a sessão.
Eram 10 horas e 6 minutos.
Podem ser abertas as galerias.
Antes de darmos início à ordem do dia, o Sr. Secretário, Deputado Duarte Pacheco, vai fazer o favor de ler
o expediente.
O Sr. Secretário (Duarte Pacheco): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, deram entrada na Mesa, e
foram admitidas, as seguintes iniciativas legislativas: projeto de lei n.º 431/XII (2.ª) — Prorroga o prazo de
aplicação da lei que estabelece o regime excecional para a reconversão urbanística das áreas urbanas de
génese ilegal (AUGI) (Quarta alteração à Lei n.º 91/95, de 2 de setembro) (BE), que baixa à 11.ª Comissão;
projetos de resolução n.os
789/XII (2.ª) — Contra a criação do Centro Hospitalar do Algarve e em defesa da
melhoria dos cuidados de saúde na região algarvia (PCP), que baixa à 9.ª Comissão, 790/XII (2.ª) — Pela
revogação da parceria público-privada do Hospital de Braga e a integração do Hospital de Braga na rede
hospitalar no setor público-administrativo (PCP), que baixa à 9.ª Comissão, e 791/XII (2.ª) — Recomenda ao
Governo que corrija a desigualdade e discriminação na remuneração dos enfermeiros em regime de contrato
individual de trabalho (PS), que baixa à 10.ª Comissão.
É tudo, Sr.ª Presidente.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, o primeiro ponto da ordem do dia de hoje consiste num debate
político, por marcação do PSD, sobre parcerias público-privadas e transparência nos processos de
privatização.
O modelo deste debate obedece às linhas do artigo 64.º, n.º 3, alínea b), do Regimento. Trata-se de um
agendamento potestativo, cuja abertura é feita pelo partido da iniciativa, o PSD, seguindo-se um período de
pedidos de esclarecimento e de debate e cabendo o encerramento também ao partido da iniciativa.
Sendo assim, para fazer a intervenção de abertura do debate, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno
Encarnação, do PSD.
O Sr. Nuno Encarnação (PSD): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados: O
PSD traz hoje a Plenário um debate que pretende refletir sobre as parcerias público-privadas (PPP) e a
transparência nos processos de privatização.
Nenhuma reflexão séria poderá ser feita sem olharmos para trás, sem percebermos o impacto dessas
mesmas decisões nos dias de hoje e no futuro dos nossos dias.
Podemos e devemos olhar para a frente, mas percorrendo seguramente caminhos diferentes. Cometeram-
se muitos erros? Seguramente que sim. Os políticos deste País devem, de uma vez por todas, assumir
quando erram, mas explicar por que é que erraram.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Os políticos, ponto e vírgula!
O Sr. Nuno Encarnação (PSD): — Quais eram as suas convicções na altura e o que fariam de diferente se
hoje tivessem de tomar essas mesmas decisões. Só não erra quem não decide.
Vamos a factos concretos e comecemos pelas PPP, dando alguns exemplos que o cidadão comum hoje
conhece.
Já todos percebemos que a invenção das PPP, na sua origem, era uma ideia positiva.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Era?!
O Sr. Nuno Encarnação (PSD): — Mas, tardiamente, os decisores políticos anteriores hoje reconhecerão
que a grande maioria das PPP deste País lançada pelo Estado central foi um desastre absoluto.
Tantas vezes este PSD avisou os Governos anteriores aqui, neste mesmo Plenário, de que o País não
tinha dinheiro para tais práticas. E o que mais nos custou foi o de não termos sabido parar a tempo.