6 DE JULHO DE 2013
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No meio de tanta dívida contraída e acumulada tínhamos obrigatoriamente de encontrar mais soluções. E o
PS encontrou-as, comprometendo-se, no dito Memorando de Entendimento com a troica, em 2011, a avançar
com um conjunto grande de privatizações: a ANA, a TAP, a CP Carga, a Galp, a EDP e a REN, a CP e a
Caixa Seguros. O Governo anterior previa arrecadar mais de 5000 milhões de euros em todas estas
privatizações.
Este Governo, até à data, e ainda sem ter concluído todo este processo de privatizações, já conseguiu
mais de 6000 milhões de euros.
O Sr. Paulo Batista Santos (PSD): — Muito bem!
O Sr. Nuno Encarnação (PSD): — E para que serviam as privatizações? Para que é que as mesmas
foram listadas pelo Partido Socialista? Porque o dinheiro encaixado com a venda destas empresas estatais ou
de participações restantes serviria, e serve, para abater à dívida pública. Menos dívida significa menos juros,
menos juros traduzem-se em menos impostos ou menos austeridade para cada português.
E para as empresas o que significa? Significa crescerem através dos grandes grupos económicos que as
adquirem e que proporcionarão uma maior expansão nos seus negócios. Estas mesmas empresas e grupos
de dimensão mundial conseguem hoje melhores taxas de financiamento e mais crédito, algo que é
fundamental para que empresas bem-sucedidas como a EDP possam continuar a crescer ainda mais. E
quanto mais sucesso tiver uma empresa mais emprego seguramente gerará.
As privatizações em Portugal têm sido feitas de forma clara e transparente, sempre elaboradas à luz da
Lei-Quadro das Privatizações, com critérios rígidos e bem definidos e com cadernos de encargos que têm de
ser sempre escrupulosamente cumpridos.
Este Governo não vendeu ao desbarato, antes pelo contrário, fez mais receita do que a que o Governo
anterior tinha previsto. Não tem ânsia de vender, mas apenas de cumprir um calendário de privatizações que
foram assumidas e calendarizadas ao longo destes anos.
Veja-se o caso recente da TAP, em que o Governo decidiu pela sua não privatização porque o concorrente
não reunia as condições exigidas pelo caderno de encargos.
Olhemos para a privatização da ANA — Aeroportos de Portugal, que foi um sucesso no valor da sua venda
e que colocará esta empresa com uma dimensão maior no mundo e com uma escala absolutamente
inimaginável há uns anos.
A supervisão tem de ser um hábito de qualquer Governo, as boas práticas têm de ter esse exato sentido e
a transparência de cada negócio uma exigência absolutamente fundamental para um Estado que deve dar
sempre o exemplo.
O País não podia continuar a cair nos erros passados.
O Sr. Paulo Batista Santos (PSD): — Muito bem!
O Sr. Nuno Encarnação (PSD): — A fatura de hoje é demasiado pesada e grande para errarmos de novo.
Errar é matar a geração seguinte, endividar é asfixiar todas as gerações.
Portugal não pode criar dívida na dúvida nem ilusão através do erro.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Segundo este modelo de debate, os Srs. Deputados farão pedidos de esclarecimento
que serão de imediato respondidos pelo Sr. Deputado Nuno Encarnação, após o que intervirá o Sr. Secretário
de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações.
Inscreveram-se, para pedir esclarecimentos, os Srs. Deputados Mota Andrade, do PS, Helena Pinto, do
Bloco de Esquerda, José Luís Ferreira, de Os Verdes, e António Filipe, do PCP, tendo o Sr. Deputado Nuno
Encarnação informado a Mesa que responderá em conjunto.
Tem a palavra o Sr. Deputado Mota Andrade.