6 DE JULHO DE 2013
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Não recebemos lições de ninguém quanto a coesão territorial. Isso está no centro das nossas
preocupações quando decidimos estes processos.
Por fim, gostava de sublinhar o reconhecimento internacional pela forma exemplar como Portugal tem
executado o programa de privatizações.
E volto a referir o processo da ANA, que foi visto pela Comissão Europeia como rigoroso, transparente e
não discriminatório.
Já agora, gostava de vos deixar testemunhada a forma como esse reconhecimento é visto pelos nossos
parceiros europeus.
Como sabem, a Grécia tem também um programa de privatizações para implementar, mas por um conjunto
de vicissitudes e razões não tem tido o mesmo grau de sucesso que o português. Então, a agência grega que
tem o papel similar ao da Parpública na gestão dos ativos públicos para privatização pediu-nos ajuda,
conselhos relativamente à sua privatização dos aeroportos, porque a nível internacional o BEI e todos os
parceiros reconhecem que a privatização da ANA foi um processo que, do ponto de vista setorial, atingiu todos
os objetivos de qualidade, de desenvolvimento de rede e também de retorno para o acionista Estado no
momento da venda.
É capitalizando em cima destes exemplos que conseguiremos ter um Portugal mais moderno, com a
consolidação das contas públicas ao mesmo tempo que os setores progridem e não de outra forma, tão
vincadamente ideológica, como aqui foi dito, em que o Estado tem de ser dono de tudo e por isso limita tudo
no seu desenvolvimento.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Entrando, agora, na fase de encerramento do debate, dou a palavra ao Sr. Deputado
Luís Menezes.
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: O PSD trouxe estes dois temas a
debate no agendamento de hoje com o propósito muito claro de mostrar que, em situações que dizem respeito
a enormes montantes de dinheiros públicos, por um lado, este Governo teve a preocupação de, na área das
parcerias público-privadas, mudar um conjunto de situações que tiveram lugar no passado e que não
contribuíram para a transparência dos processos, e, por outro lado, na área das privatizações, salientar o
enorme sucesso do processo de privatizações que constava do Memorando de Entendimento inicial, que foi
assinado e negociado pelo Partido Socialista e que previa 5000 milhões de euros de encaixe por parte dessas
privatizações, montante esse que foi completamente ultrapassado e que até excedeu os 6000 milhões de
euros.
No que respeita às parcerias público-privadas, vamos a factos: as negociações do Partido Socialista eram
feitas com comissões de negociação que tinham os seus mandatos cerceados pela tutela, indicando a tutela
qual o caminho a seguir; as atuais comissões de renegociação tiveram mandatos abertos para defender o
interesse público da forma que achavam mais acertada. É um facto.
Outro facto: o papel do Tribunal de Contas. O Tribunal de Contas tinha um papel de decisão ou de
avaliação a posteriori de todos os processos negociais, depois das asneiras estarem feitas, depois do prejuízo
para os portugueses em valores de milhões de euros que a maioria dos portugueses nem consegue computar;
o Tribunal de Contas só podia agir depois de estarem feitas as asneiras da anterior tutela.
O que é que acontece hoje? Este Governo não brinca em serviço com estas questões: o Governo não
assina nada que o Tribunal de Contas não valide previamente. A isto chama-se transparência, a isto chama-se
seriedade, a isto chama-se coragem de apresentar soluções validadas por quem teria com o Governo
socialista apenas a responsabilidade de ver as asneiras feitas com comissões de negociação que tinham os
seus mandatos cerceados. A diferença está toda aí, Srs. Deputados!
No que diz respeito às privatizações, não podemos deixar de salientar a transparência dos processos.
Ainda esta semana, foi dito pela Comissão Europeia que o processo da ANA foi exemplar a todos os níveis.
Àqueles que dizem que este Governo não protege o interesse nacional, vamos a factos concretos: nos
Estaleiros Navais de Viana do Castelo, as propostas apresentadas não eram coincidentes com a melhor
defesa do interesse nacional. Qual foi a opção que o Governo tomou? Não se vende!