I SÉRIE — NÚMERO 113
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A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Ministros, Srs. Secretários de Estados,
Srs. Deputados, Srs. Jornalistas, está aberta a sessão.
Eram 9 horas e 35minutos.
Os Srs. Agentes da autoridade podem abrir as galerias.
Como sabem, na sessão de hoje vamos proceder ao debate sobre o estado da Nação, que é feito nos
termos do artigo 228.º do Regimento, com a seguinte moldura: a abertura cabe ao Governo, seguindo-se um
debate com perguntas feitas pelos Srs. Deputados e, por fim, o encerramento também é feito pelo Governo.
A distribuição dos tempos está indicada expressamente no guião da ordem do dia.
Antes de darmos início ao debate, peço ao Sr. Secretário, Deputado Duarte Pacheco, o favor de ler o
expediente.
O Sr. Secretário (Duarte Pacheco): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, deram entrada na Mesa, e
foram admitidas, as seguintes iniciativas legislativas: proposta de resolução n.º 64/XII (2.ª) — Aprova a
Convenção Internacional para a Proteção de todas as Pessoas contra os Desaparecimentos Forçados,
adotada em Nova Iorque, em 20 de dezembro de 2006, que baixa à 2. ª Comissão; projeto de lei n.º 433/XII
(2.ª) — Procede à quarta alteração à Lei n.º 91/95, de 2 de setembro, que estabelece o processo de
reconversão das áreas urbanas de génese ilegal (PSD e CDS-PP), que baixa à 11.ª Comissão; projeto de
resolução n.º 800/XII (2.ª) — Reforço de enfermeiros no Serviço Nacional de Saúde (PCP), que baixou à 9.ª
Comissão; e apreciação parlamentar n.º 55/XII (2.ª) — Relativa ao Decreto-Lei n.º 91/2013, de 10 de julho —
Procede à primeira alteração do Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho, que estabelece os princípios
orientadores da organização e da gestão dos currículos dos ensinos básico e secundário, da avaliação dos
conhecimentos a adquirir e das capacidades a desenvolver pelos alunos e do processo de desenvolvimento do
currículo dos ensinos básico e secundário (PCP).
É tudo, Sr.ª Presidente.
A Sr.ª Presidente: — Vamos, assim, dar início ao debate sobre o estado da Nação.
A abrir o debate, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro (Pedro Passos Coelho): — Sr.ª Presidente da Assembleia da República, Sr.as
e
Srs. Deputados: Nestes últimos dois anos percorremos um caminho difícil. Os portugueses têm sofrido os
efeitos da rutura financeira a que chegámos em 2011, com uma crise económica aguda e o aumento do
desemprego. O exercício da governação nestas circunstâncias é particularmente difícil, porque implica
escolhas muitas vezes dolorosas. Em grande medida, a dificuldade das escolhas e os efeitos de curto prazo
que delas decorrem explicam as atribulações políticas, incluindo as que marcaram a vida interna da coligação
que suporta o Governo.
É preciso reconhecer que ter um exigente Programa de Assistência externa para cumprir, com avaliações
regulares, estar sujeito a restrições financeiras que nunca conhecemos antes, ter recursos limitados para
proteger os mais vulneráveis, estar muito limitado na margem de manobra da ação governativa, tudo isto
aumenta consideravelmente a magnitude das divergências e a intensidade das escolhas e das discussões.
Neste quadro, o exemplo de coragem dos portugueses e a complexidade da situação obrigam todos os
agentes políticos, dos quais o Governo não se exclui, nem nunca se excluiu, a cultivar a humildade
democrática e o realismo político.
O Governo procurou, desde o primeiro momento, minimizar os sacrifícios, fazer uma sua repartição
equitativa e adequar à realidade o ritmo do ajustamento. Suavizámos de modo apreciável o Programa de
Assistência para ajustá-lo mais à realidade económica e social. Fizemo-lo quando renegociámos as taxas de
juro dos empréstimos europeus, quando, por duas vezes, obtivemos a extensão das maturidades e quando
flexibilizámos as metas orçamentais.
Procurámos proteger os mais vulneráveis e repartir equitativamente os sacrifícios quando aumentámos o
nível de proteção social da população desempregada, quando aumentámos neste biénio as pensões mínimas,
sociais e rurais para 1,1 milhões de portugueses, quando alargámos a isenção de taxas moderadoras para as