I SÉRIE — NÚMERO 113
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A estabilidade ativa supõe ainda a estabilidade económica. Só uma economia a crescer e resistente aos
choques poderá proporcionar aos portugueses a prosperidade que ambicionam e merecem. O propósito das
reformas que fizemos, e cujo alcance e abrangência não têm precedentes, é precisamente o de construir uma
nova economia, mais competitiva, mais aberta, mais democrática, mais aberta à participação de todos, com
mais e melhores empregos.
Da concorrência à saúde; da justiça ao mercado laboral; das administrações públicas à educação; do
mercado de arrendamento ao IVA de caixa; do pagamento de uma grande parte das dívidas do Estado a
fornecedores até ao mercado laboral; do programa de privatizações ao combate às rendas excessivas; da
Estratégia de Fomento Industrial à Estratégia Nacional para os Recursos Geológicos a ação reformista do
Governo deu novos alicerces ao crescimento económico do futuro.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: As palavras do Sr. Presidente da República de apelo veemente ao
compromisso entre os três partidos que subscreveram o Programa de Assistência devem ser escutadas à luz
destes grandes desafios. É com toda a abertura democrática que quero agora traduzir essas palavras em atos
concretos.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Tentei fazê-lo em diversas ocasiões, a última das quais, há poucas semanas, quando convidei todos os
partidos políticos com representação parlamentar para discutirmos em conjunto a estratégia do Governo para
o fomento industrial, a reforma do Estado e a posição de Portugal na Europa.
Mas cabe-me agora renovar o meu empenho na concertação de um entendimento entre esses três partidos
e responder ao desafio que nos é colocado a todos. Para isso não precisamos de anular as divergências
políticas entre a coligação que suporta o Governo e o Partido Socialista — elas persistem e em democracia é
natural e saudável que assim seja. Para chegarmos a acordo é suficiente que nos concentremos nas
necessidades do País e no interesse comum dos portugueses.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Façamos, por isso, um acordo que corresponda ao desejo de todos: o de concluir com sucesso o Programa
de Assistência em junho de 2014 e o de garantir que Portugal no futuro pós-troica nunca mais tenha de sofrer
uma crise como a que nos atingiu em 2011.
Não é fácil fazer com que esse entendimento seja credível e duradouro. Todos sabemos que, mesmo na
coligação que suporta o Governo, nem sempre é fácil chegarmos a essa concertação de propósitos e de
políticas.
O Sr. João Oliveira (PCP): — É o mínimo!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Mas o mesmo percurso da coligação e a imensa atividade do Governo nestes
últimos dois anos demonstram que podemos fazer muito. E foi isso que fizemos na primeira metade do nosso
mandato quando assumimos um espírito de compromisso permanente.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Esse compromisso é mais urgente hoje do que nunca. É mais urgente, porque
atravessamos aquela fase crítica e nova em que os riscos de vacilarmos no processo de ajustamento estão
tão vivos como sempre estiveram, mas os sinais das suas recompensas são mais intensos do que alguma vez
foram. Sabemos que o segundo trimestre deste ano pode já ter interrompido a sequência de 10 trimestres
consecutivos de recessão e ter-nos devolvido ao crescimento, ainda que tímido.