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I SÉRIE — NÚMERO 113

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Protestos do PS.

O Sr. Deputado teve hoje uma grande oportunidade de mostrar aos portugueses que estava realmente

preocupado com o futuro do País.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Mas, Sr. Deputado, a dimensão da sua preocupação não passou da trica política.

Protestos do PS.

Portanto, digo ao Sr. Deputado que é importante que o País saiba em que termos é que os partidos podem,

de facto, criar um entendimento.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Esse entendimento não pode, evidentemente, alhear-se da crise que vivemos.

Mas a crise que vivemos, como referi da tribuna, é uma crise funda e antiga e não é a crise que foi aberta pelo

pedido de demissão do Sr. Ministro Paulo Portas.

Sr. Deputado, a crise que é importante é aquela que justifica que, ao fim de tantos anos, o País não seja

capaz, como outros países democráticos, de criar excedentes orçamentais, de criar equilíbrio das contas

públicas, de saber separar devidamente o que é público do que é privado, de ter uma noção do que pode ser a

sustentabilidade da sua dívida pública e de valorizar suficientemente o dinheiro dos contribuintes para

respeitar a restrição orçamental. Essa é que é a verdadeira crise em que o País vive!

O Sr. Deputado fala de debilidade. Ó Sr. Deputado, um País que se viu na obrigação de pedir um resgate

financeiro é um País que valoriza ou que desvaloriza os valores da estabilidade, mas também da boa

governação?

Se o País político tivesse observado os princípios da boa governação um bom resgaste, como aquele que

aconteceu, não teria sido necessário.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Sr. Deputado, tal como o senho, eu teria muita facilidade em fazer aqui uma intervenção a atacar o Partido

Socialista, mas não o vou fazer.

Sr. Deputado, aquilo que me interessa fazer nesta altura é saber se é possível ou não encontrar uma

matéria de facto, de substância, que possa mobilizar o nosso entendimento.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Ora, esse entendimento não pode ser proclamatório, não pode ser para inglês

ver.

O Sr. António Filipe (PCP): — É para alemão ver!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Tem de incidir em matéria concreta, e para isso nós estamos disponíveis.

O Sr. Presidente da República perguntou o que é que é preciso para encerrar com êxito o Programa de

Assistência Económica e Financeira. Não é difícil responder, Sr. Deputado. O que não será fácil é saber se

todos estamos verdadeiramente empenhados nisso e em que é que isso se traduz.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.