13 DE JULHO DE 2013
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nesta Legislatura. Nós não estamos aqui para desistir, nós não estamos no PSD para desistir de recuperar e
de transformar o nosso País.
Aplausos do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Pelo contrário, estamos aqui para resistir, para lutar e para, em conjunto
com as demais forças políticas, em conjunto com todas as forças da nossa sociedade, debelarmos esta crise
gravíssima, mas, sobretudo, evitarmos que aqueles que, no futuro, vierem a seguir a nós tenham de passar
por um momento como este.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Luís Montenegro, disse na semana passada que
não abandonava o meu País e que não me demitia.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Acompanho, portanto, o Sr. Deputado quando diz que nunca podemos desistir
do nosso País.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — E é isso que estamos a fazer quando, desde o início, procurámos cumprir
obrigações externas, adaptar e flexibilizar o programa à realidade e inspirar em todos aqueles de quem
financeiramente dependíamos a confiança necessária para que pudéssemos, no final desse período, dar por
terminado aquilo que se pode considerar, numa situação de grande emergência, uma total dependência do
exterior.
Nós procurámos evitar que essa situação acontecesse e fizemos tudo, às vezes por própria iniciativa, para
que isso não acontecesse.
Estamos, portanto, a carregar connosco o País, que merece uma oportunidade de crescer, de ver uma
economia que possa oferecer oportunidades mais justas para todos e não apenas para alguns e que acredite
em si próprio e na sua capacidade para se afirmar na Europa e no mundo.
Não tem sido um caminho fácil. Disse, e reafirmo-o, que temos enfrentado quase todas as adversidades.
Não nos temos queixado delas, não as ocultamos também. Nós temos tido grandes dificuldades, como é o
caso da própria negociação com a troica. Não é simples mudar o que ficou escrito, não é fácil demonstrar, com
um ano de antecedência, que temos os meios financeiros necessários para solver os nossos compromissos.
Não foi, com certeza, por não inspirarmos credibilidade, como o Sr. Deputado disse, que os nossos
credores aceitaram flexibilizar as nossas metas, dizendo aquilo que certos responsáveis políticos não
conseguem dizer dentro do seu próprio País, ou seja, que nos mantemos dentro de uma trajetória sustentável
para a nossa dívida. Sabemos que ela tem um peso muito grande. Aliás, se eu não tivesse de pagar, pelo
Estado, quase 8000 milhões de euros de juros pela dívida que foi contraída, talvez não precisássemos de
fazer tantos sacrifícios orçamentais na saúde, na educação, na segurança social. Mas, se não honrarmos os
nossos compromissos externos, então não teremos dinheiro nem para a saúde, nem para a segurança social,
nem para o emprego.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.