13 DE JULHO DE 2013
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O que interessa, Sr. Deputado, não é dizer que estamos disponíveis para cumprir e assumir todos os
nossos compromissos externos e depois escrever cartas a dizer que este caminho não é aceitável…
O Sr. António José Seguro (PS): — Claro que não é!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … e que esta política que resulta do entendimento com os nossos credores
não pode prosseguir, porque isso, Sr. Deputado, é que não tem credibilidade.
Se o País tivesse de pagar o preço dessa proclamação, mas sem credibilidade nas propostas, então
estaríamos no melhor dos mundos, em que nos basta dizer que queremos cumprir, mas não estamos
dispostos a nada para o fazer.
É esse o entendimento que temos de gerar. Acho que é possível fazê-lo, basta que não fiquemos
agarrados a tudo o que dissemos. É que, Sr. Deputado, muitas vezes é preciso deixar cair alguma coisa do
que se disse para que o interesse do País seja colocado em primeiro lugar. E esse esforço tem de ser feito
com dignidade e tem de ser feito com verdadeiro espírito de compromisso.
Protestos do Deputado do PS João Galamba.
É isso que nós estamos dispostos a fazer: fazer com que o pós-troica nos traga estabilidade suficiente,
como disse o Sr. Deputado, não apenas a necessária, aquela que é provida por uma maioria no Parlamento,
mas uma estabilidade suficiente para garantir que exista um amplo consenso quanto àquilo que precisamos de
fazer. E aquilo que precisamos de fazer, Sr. Deputado, quando não há dinheiro, é respeitar as restrições
orçamentais.
Por isso dizemos que, se queremos baixar a dívida, temos de baixar o défice; se temos de baixar o défice,
temos de limitar as despesas; e, se temos de limitar as despesas, temos de dizer quais e a quanto. E, depois,
temos de traduzir isso por medidas.
Isso, Sr. Deputado, está ao nosso alcance, e eu espero, com honestidade, que seja possível de alcançar,
mas de alcançar num tempo político que o País compreenda. Quero desse ponto de vista dizer que, como
Primeiro-Ministro, farei tudo o que está o meu alcance, como tenho feito, para não deixar apodrecer a situação
política em Portugal.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Risos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — E nessa medida, Sr. Deputado, serei muito rápido a disponibilizar os termos de
referência do que pode ser um entendimento alargado.
Sr. Deputado, assim todos estejamos a remar para o mesmo lado, como o País merece.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Montenegro.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, Srs.
Membros do Governo, começo por me referir a espírito de compromisso para garantir a confiança e para
enfrentar a exigência dos tempos que vivemos.
Sr. Primeiro-Ministro, para garantir a confiança e para consubstanciar esse espírito de compromisso, o
primeiro requisito é o de todos, no País, sermos capazes de cumprir a palavra do Estado.
Sr. Primeiro-Ministro, é importante que possamos assumir esse compromisso de cumprir a palavra, quer
avaliando aquele que foi o nosso percurso nestes últimos dois anos, concretizando precisamente os
compromissos que o Estado português assumiu ainda pela mão do Governo anterior com os nossos credores