I SÉRIE — NÚMERO 117
4
transacionáveis, com uma base exportadora mais alargada. Investiremos numa economia geradora de mais e
melhores empregos e mais atrativa para o investimento estrangeiro.
Neste sentido, executaremos a Estratégia de Crescimento e Fomento Industrial e daremos uma particular
atenção à estruturação de um sistema abrangente de formação e qualificação profissional, à
desburocratização e à remoção de obstáculos à iniciativa económica, à criação de um ambiente fiscal
favorável ao investimento e à mobilização do novo Quadro Financeiro Plurianual para a competitividade.
Vozes do PSD e do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Em concreto, levaremos a cabo, muito em breve, uma profunda reforma do
IRC. Vale a pena ser ambicioso nesta matéria e procurar corresponder às recomendações da comissão de
estudo que apontam, no cenário mais favorável, para uma redução da taxa de imposto para 17% até 2018.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Mas, se pensarmos além do horizonte temporal contemplado pela comissão, podemos ponderar reduções
adicionais dessa taxa nos anos subsequentes a 2018. Se fixarmos esse horizonte de redução para 2020, que
coincide, por exemplo, com o termo do próximo Quadro Financeiro Plurianual europeu, estou convencido de
que poderemos ir bem mais longe do que a taxa referenciada de 17%.
Em conjunto com as restantes reformas, a redução da taxa de IRC poderá colocar Portugal numa posição
mais central dos fluxos globais de investimento estrangeiro.
Além disso, fundaremos uma nova instituição financeira de desenvolvimento para mudar o paradigma de
investimento dos fundos europeus, tornando-os muito mais eficazes na geração de riqueza e com bases
concorrenciais mais transparentes. A instituição financeira de desenvolvimento terá a sua sede no Porto.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Para as medidas de longo alcance, como a estratégia de simplificação e
redução da taxa do IRC ou como a definição do Acordo de Parceria e a programação dos fundos estruturais
dos próximos sete anos, convidamos o principal partido da oposição no sentido de trabalharmos em conjunto e
de nos comprometermos a todos perante o País, com espírito de abertura e de cooperação.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Não há razão para, em matérias como estas, não haver convergência de
posições entre o Governo, os partidos da maioria parlamentar e o Partido Socialista.
Em segundo lugar, investiremos em mais coesão e mais mobilidade social. As políticas públicas serão
dotadas de maior coordenação e eficácia para tornar a nossa sociedade mais justa e mais aberta às
oportunidades para todos. Queremos que cada um, independentemente da sua origem familiar,
socioeconómico ou territorial, tenha as oportunidades que merece para realizar o seu projeto de vida.
Vozes do PSD e do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — São chamadas a um papel central neste domínio as políticas de investimento
social, isto é, as políticas de emprego e formação profissional, educação, saúde e segurança social, assim
como todas as políticas que tenham impacto na coesão territorial do País. E queremos discutir essas políticas
com os parceiros sociais, com as instituições de solidariedade e com os cidadãos.
Em terceiro lugar, queremos mudar a relação do Estado com o cidadão e com o território. A afirmação de
uma nova cultura de confiança e de responsabilidade, a par de uma política assumida e permanente de
transparência e de acesso à informação pública, têm sido os alicerces de um compromisso mais geral, que