19 DE OUTUBRO DE 2013
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A família é um esteio social primordial, a estrutura potenciadora de uma sociedade mais coesa e a forma
distinta do fortalecimento da rede de afetos, laços e solidariedade.
A família, a natalidade e a juventude são eixos transversais que reclamam por uma atuação crescente dos
poderes públicos, convocando todas as forças políticas, ultrapassando as legislaturas, congregando
instituições e sociedade civil e com as quais o Grupo Parlamentar do PSD desde agora se compromete.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Sr.ª Deputada, tem três pedidos esclarecimento dos Srs. Deputados Paulo Sá, do
PCP, Mariana Mortágua, do BE, e Sónia Fertuzinhos, do PS.
Uma vez que a Sr.ª Deputada pretende responder em conjunto, tem, desde já, a palavra o Sr. Deputado
Paulo Sá.
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Nilza de Sena, o PSD apresenta um conjunto de
iniciativas que, na sua ótica, constitui um incentivo fiscal às famílias. E fá-lo porque afirma sempre ter
reconhecido o papel fundamental da família na sociedade. Mas se assim fosse, Sr.ª Deputada, se o PSD
reconhecesse o papel fundamental das famílias na sociedade, não teria levado a cabo um feroz ataque aos
rendimentos dessas mesmas famílias por via de um saque fiscal sem precedentes.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Bem lembrado!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Lanço-lhe um desafio, Sr.ª Deputada: compare o diminuto impacto nos
rendimentos das famílias que resultaria da aprovação e implementação das iniciativas que o PSD aqui
apresenta com as brutais consequências, para essas mesmas famílias, das políticas levadas a cabo no âmbito
do pacto de agressão, nomeadamente no plano fiscal.
Vou dar-lhe uma ajuda, Sr.ª Deputada, relembrando-lhe algumas das malfeitorias levadas a cabo pelo
Governo contra as famílias e os trabalhadores.
Comecemos pelo IRS. No ano passado, através de um colossal aumento de impostos, o Estado confiscou
às famílias 3000 milhões de euros adicionais. Este ano, a proposta de Orçamento do Estado mantém este
saque, espoliando as famílias de mais 3300 milhões de euros. Ou seja, em apenas dois anos, 2013 e 2014, o
PSD e o CDS tiraram às famílias portuguesas uma parte significativa dos seus rendimentos.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — A proposta apresentada hoje pelo PSD, de reforço das deduções à coleta,
representa uma devolução de que parte destes 6300 milhões de euros? A milésima parte? Ou será mesmo a
décima milésima parte?
A Sr.ª Rita Rato (PCP):— Exatamente!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Boa pergunta!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Vejamos agora o IMI. Por via de uma atualização do valor patrimonial dos
prédios urbanos, o Governo está a cobrar às famílias, durante este ano, mais 130 milhões de euros do que em
2012. Em 2014, prevê cobrar mais 300 milhões de euros. Sr.ª Deputada, pergunto-lhe o seguinte: a proposta
do PSD, de redução parcial, em alguns municípios, da taxa a cobrar a algumas famílias, representa que parte
dos 430 milhões de euros que o Governo está a cobrar adicionalmente às famílias? Com certeza que
reconhecerá, Sr.ª Deputada, que é uma ínfima parte.
Por fim, a proposta do PSD relativa ao imposto sobre veículos. Em 2012, o Governo aumentou este
imposto: 5% na componente cilindrada e 13% na componente ambiental.