30 DE NOVEMBRO DE 2013
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O que o Governo faz é melhorá-lo, transferindo para os municípios a responsabilidade da gestão municipal
do território. E os senhores, que defendem, sistematicamente, o papel dos municípios, a autonomia dos
municípios, estão, agora, a criticar o Governo por dar aos municípios mais responsabilidade neste domínio?
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Não compreendo e não posso entender a crítica injusta do Partido Comunista nesta matéria, tal como não
posso entender as críticas do Partido Socialista relativamente à tentativa de o Governo se desresponsabilizar
e não querer que os municípios tenham esta competência.
Srs. Deputados, o que está em causa é a criação de mais transparência. O que vai acontecer é que, a
partir de agora, qualquer processo de alteração de solo rústico vai exigir, do ponto de vista local, uma
exposição das condições, dos termos em que vai ser feito e das mais-valias geradas. Querem mais
transparência do que esta?! De chamar ao nível local a discussão das alterações ao plano em matéria de
transformação de solo rústico em solo urbano?
O que acontecia até agora era, ao contrário, um processo opaco, que criava maior dificuldade e menor
flexibilidade aos municípios.
Portanto, deste ponto de vista, é injusto e são falsas as críticas e as acusações que VV. Ex.as
acabaram de
proferir.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Abreu Amorim.
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: No
final deste debate, ficou claro que estamos perante uma proposta séria, que estamos perante uma proposta
construtiva e que estamos perante uma proposta que inicia uma verdadeira reforma da organização e
estruturação do solo em Portugal.
Não é um corte abrupto, não se trata de um corte epistemológico; trata-se de uma evolução do melhor que
já existia numa lógica de correção de erros. Houve aqui críticas metódicas e houve aqui críticas em relação à,
na minha opinião, deficiente compreensão do papel de uma lei de bases.
Na verdade, uma lei de bases é aquela que estabelece os vetores de parametricidade que serão, depois,
desenvolvidos por outros diplomas legislativos. Portanto, é exatamente disso que se trata, do pontapé de
saída para uma reforma que irá transformar por completo e atualizar a lógica de utilização do solo em
Portugal.
Em nome da bancada do Partido Social Democrata, no debate em sede de especialidade que se irá iniciar
a partir de hoje, afirmamos toda a disponibilidade para acolher as propostas construtivas e sérias que,
designadamente da parte da bancada do Partido Socialista, estamos em crer que irão ter lugar.
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Quem apresentou propostas foi o PCP…!
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Que nasça a partir de hoje, nesta matéria transversal e tão
importante, uma lógica de cooperação, para o bem de Portugal.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Ministro do Ambiente.
O Sr. Ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e Energia: — Sr.ª Presidente, Srs.
Deputados: No final este debate, gostava de registar com agrado a circunstância de, apesar de chaves de
leitura diversas, existir uma convergência muito alargada, seja quanto à necessidade de avançarmos com uma
reforma no âmbito do ordenamento do território seja em relação aos princípios ou à estratégia e ao caminho a
seguir.