I SÉRIE — NÚMERO 22
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Existe uma divergência em relação ao nível de detalhe que se esperaria que uma lei de bases tivesse, mas
a verdade é que temos todas as condições, Srs. Deputados, para agora, no âmbito da especialidade, todos
poderem fazer um exercício de responsabilidade.
O essencial, quando procuramos um compromisso, é, por um lado, manifestar esta abertura e, por outro,
apresentar alternativas.
Ora, eu gostava de manifestar a disponibilidade para voltar à especialidade, para ir à comissão
especializada fazer uma nova discussão, mas também para integrar todos os pontos de vista que sejam
consistentes com esta lei de bases, que é bastante densificada e que tem um nível de informação muito
superior ao que é habitual numa lei de bases.
Mas, mais do que isso, o Governo estará em condições de, até ao final da votação final global, ter os
instrumentos específicos, o regime jurídico dos instrumentos de gestão territorial (RJIGT), o regime jurídico de
urbanização e edificação (RJUE) e o cadastro, que possam dar a tal segurança que os Srs. Deputados
necessitam para aprovar esta lei de bases tão estruturante e tão essencial para o nosso desenvolvimento.
Contudo, é importante que hoje se vote o que está em votação. E o que está em votação é uma lei que tem
70 páginas, que tem informação mais do que suficiente sobre o caminho, os princípios e a estratégia, e é isso
que será avaliado por parte de todos os cidadãos: quem quer a erradicação do solo urbanizável, quem quer a
concentração no PDM de todas as regras, que hoje estão dispersas por vários planos, quem quer a
reabilitação urbana, quem quer a cooperação intermunicipal e quem defende a remuneração da
biodiversidade.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e Energia: — É isso que está em causa
nesta votação e espero que tenha um apoio muito alargado.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, terminado o debate conjunto, na generalidade, da proposta de lei n.º
183/XII (3.ª) e dos projetos de lei n.os
469 e 470/XII (3.ª), relativos ao ordenamento do território, à política de
solos e ao urbanismo, e antes de passarmos às votações, agradeço a presença dos Srs. Ministros e
Secretários de Estado que estiveram aqui presentes.
Srs. Deputados, vamos proceder à verificação do quórum de deliberação, utilizando o sistema eletrónico.
Pausa.
O quadro eletrónico regista 206 presenças, às quais se acrescentam 4 (dos Deputados António Prôa,
Cristóvão Norte, Paulo Simões Ribeiro e Teresa Leal Coelho), perfazendo 210 Deputados, pelo que temos
quórum para proceder às votações.
Srs. Deputados, temos dois votos de pesar, que vão ser lidos de imediato e, no final da leitura de ambos,
guardaremos 1 minuto de silêncio.
O Sr. Secretário, Deputado Jorge Machado, vai proceder à leitura do voto n.º 155/XII (3.ª) — De pesar
pelas vítimas do supertufão Haiyan, nas Filipinas (PS, CDS-PP, PSD, PCP, BE e Os Verdes).
Tem a palavra, Sr. Secretário.
O Sr. Secretário (Jorge Machado): — Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:
«A Assembleia da República manifesta a sua profunda e sentida solidariedade para com as Filipinas e para
com o seu povo, face aos dramáticos acontecimentos ocorridos no passado dia 8 de novembro, em
consequência da passagem devastadora do supertufão Haiyan.
As catástrofes naturais têm vindo a assolar o planeta com cada vez maior regularidade e intensidade, com
consequências cada vez mais trágicas. Foi o que agora aconteceu com o tufão Haiyan, que deixou um rasto
de destruição, morte e sofrimento em vastas regiões das Filipinas.