I SÉRIE — NÚMERO 28
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Sr.ª Deputada Rita Rato, começo por si, dizendo-lhe que é absolutamente incompreensível como é que
alguém nesta Câmara faz um discurso como o PCP, que parece que olha para a maioria e pensa: aqueles
Deputados e aquela maioria chegam a casa, pegam num tridente, põem-se à lareira e começam a pensar
como é que vão fazer maldades hoje ao ensino superior.
O Sr. António Filipe (PCP): — Isso é o Crato!
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Sr.ª Deputada, isso, vindo de um partido que apoiou os regimes que
apoiou e continua a apoiar!… A Sr.ª Deputada ainda tem muita, muita «roupa para lavar» antes de poder dizer
a esta maioria que esta maioria faz o que quer que seja, com o dolo que a senhora nos imputa, ao ensino
superior.
Protestos do PCP.
O que a Sr.ª Deputada podia explicar é que o Governo, quando tomou posse, recebeu o País na situação
em que estava, e tem de o governar.
Por isso, concordo com o Sr. Deputado Pedro Delgado Alves: o PS não fez tudo mal, também não fez tudo
bem, e esta maioria também tem muita coisa que ainda pode fazer — mais dinheiro houvesse, desde logo, e
poderia fazer muito melhor. Mas essa é uma variável que, neste momento, não controlamos.
Mas houve outras. Reparem, Srs. Deputados, que, em 2010, o tempo médio para apreciação de um
processo de bolsas no ensino superior era de 106 dias e, hoje, é de 33 dias. Há aqui uma melhoria substantiva
que não me parece colar muito bem com esta ideia da realidade, de que, para a maioria e para o Governo,
quantos menos na ação social, melhor. Parece que não.
E, Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, deixe-me dizer-lhe o seguinte (e, quando agora voltou a intervir, podia
ter esclarecido isso): se tivéssemos aprovado a alteração legislativa que o Bloco de Esquerda aqui propôs na
semana passada, teríamos de esperar, pelo menos até à entrada em vigor do Orçamento do Estado, para que
a coisa se resolvesse. Ora, a ação do Governo permite que isto seja resolvido a partir de hoje — e, já agora,
também porque foi este Governo que permitiu que os processos de bolsas se pudessem avaliar em qualquer
ponto do ano letivo e não apenas, como antigamente, no arranque do mesmo.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Agora, sim, julgo que fica concluído este debate, tão vivo, da petição
n.º 257/XII (2.ª).
A Secretária da Mesa, Sr.ª Deputada Maria Paula Cardoso, tem um anúncio para fazer.
A Sr.ª Secretária (Maria Paula Cardoso): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, é para dar notícia de
que deu entrada na Mesa, e foi admitido, o projeto de resolução n.º 886/XII (3.ª) — Recomenda ao Governo o
cumprimento da Resolução da Assembleia da República n.º 26/2007 — Defender o montado, valorizar a fileira
da cortiça (PCP).
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Srs. Deputados, a próxima sessão plenária realiza-se amanhã, às 10
horas, e tem como ordem do dia o debate quinzenal com o Primeiro-Ministro, ao abrigo da alínea a) do n.º 2
do artigo 224.º do Regimento da Assembleia da República, sobre questões políticas, económicas e sociais, e a
discussão da proposta de resolução n.º 69/XII (3.ª) — Aprova o recesso, por parte da República Portuguesa,
ao Ato Constitutivo da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI), adotado
em Viena, em 8 de abril de 1979, e em vigor desde 10 de junho de 1985.
Está, ainda, inscrito na ordem do dia, sem tempos e apenas para efeitos de votação, as propostas de
resolução n.os
61/XII (2.ª) — Aprova o Acordo-Quadro de Parceria e Cooperação entre a União Europeia e os
seus Estados-membros, por um lado, e a República das Filipinas, por outro, assinado em Phnom Pene, em 11
de julho de 2012, 64/XII (2.ª) — Aprova a Convenção Internacional para a Proteção de todas as Pessoas
contra os Desaparecimentos Forçados, Adotada em Nova Iorque, em 20 de dezembro de 2006, e 65/XII (2.ª)