I SÉRIE — NÚMERO 32
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1) Nenhum dos Deputados eleitos pelos círculos da Guarda e Castelo Branco, sejam eles quais forem, do
PSD ou do PS, defende o encerramento, ou a não requalificação do troço ferroviário entre a Guarda e a
Covilhã;
2) Os Deputados, com as atribuições que a Lei lhes confere, não tinham nem têm competências para
viabilizar ou inviabilizar esta obra;
3) Não se tratava de qualquer iniciativa absolutamente vinculativa ou impositiva para quem governa e não
têm consequências diretas se fossem aprovadas pela Assembleia da República, situação que, outrossim,
levaria a tomada de posição bem diferente por parte dos aqui signatários;
4) O que os grupos parlamentares proponentes pretenderam foi apenas e tão só criar um facto político,
com base em premissas e pressupostos errados e demagógicos e não tanto fazer seguir uma obra de
inquestionável interesse para a região;
5) A melhor demonstração disso mesmo é que um desses projetos provem, nem mais nem menos, de um
partido, o PS, que foi o único protagonista do encerramento do troço em causa, em fevereiro de 2009, numa
altura em que, sublinhe-se, tutelava o sector das obras públicas o atual Deputado Paulo Campos, cabeça de
lista à Assembleia da República, pelo PS, no círculo eleitoral da Guarda;
6) Foi esse mesmo partido, o PS, o responsável pelo facto de, no Memorando de Entendimento, assinado
em 2011, entre o Estado português e a troica, se prever não só o encerramento do troço Guarda- Covilhã,
como ainda, de toda a Linha da Beira Baixa;
7) Só por absoluto despudor, o PS e o então Secretário de Estado das Obras Públicas defenderam
acerrimamente em 2011, perante os credores que tiveram de chamar, a morte de uma linha ferroviária, para
dois anos depois, com o País na convulsão e carência económica que eles provocaram, virem propugnar a
sua ressuscitação;
8) Entre 2005/2011, período em que o PS e o seu atual Deputado, eleito pela Guarda, governaram o País
«em tempo de vacas gordas», tal obra poderia e deveria ter sido finalizada, mas, em vez disso, quem hoje
proclama a demagogia e ontem tinha capacidade decisória determinou o seu extermínio;
9) Acrescendo ainda, que, na década de 90 do século XX, o Governo Português concluiu em seis anos a
requalificação total da Linha da Beira-Baixa;
10) Ao contrário, foi precisamente o atual Governo que reverteu a decisão do Governo PS, renegociando
com a troica e incluindo a efetiva conclusão das obras da Linha da Beira Baixa, como um importante fator para
o sistema ferroviário nacional e internacional;
11) Para o efeito, basta verificar o Plano Estratégico dos Transportes, que ora aguarda as conclusões do
Grupo de Trabalho, que, cremos, reafirmarão e concretizarão a intenção governativa de eleger como prioritária
esta obra;
12) É facto notório, já exuberantemente explicado e entendido por todos, que, em face da situação caótica
e de dependência externa em que o anterior Governo deixou Portugal, o atual Executivo, entre o dever de
pagar salários e pensões e a eventual possibilidade de avançar com obras desta natureza, optou claramente
pelo pagamento de salários;
13) Nas atuais condições e com o compromisso assumido pelo PS, perante a troica, jamais as
beneficiações que agora hipocritamente se reclamam poderiam ter sido feitas nestes últimos dois anos por
qualquer governo, fosse ele qual fosse;
14) Por estas razões, os projetos de resolução da esquerda parlamentar não passam de um autêntico
embuste com objetivos eleitoralistas e de um escusado ilusionismo da opinião pública;
15) Os Deputados eleitos pelo PSD, com a responsabilidade e com a seriedade com que estes assuntos
devem ser tratados, desde que foram eleitos, têm reunido regularmente com os responsáveis governativos
pelo setor e acompanhado de perto os esforços que o Governo tem feito no sentido de consolidar um
pensamento estruturado e futurista na política de transportes, onde naturalmente se inclui uma ligação
ferroviária moderna e eficaz entre duas cidades com a importância estratégica da Guarda e da Covilhã;
16) O PS parlamentar, colando-se irresponsavelmente a uma esquerda que não tem perspetivas
governativas e que, por isso mesmo, pode dizer e propor «os possíveis e os impossíveis», prossegue, para
desgraça do País, no seu estafado estilo, «cantando como a cigarra, ao invés de trabalhar como a formiga»;