31 DE JANEIRO DE 2014
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O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr. Presidente, a terminar, queria dizer que o PSD e o CDS-PP colocam o
progresso tecnológico e científico ao serviço da acumulação da riqueza e não ao serviço das populações e dos
trabalhadores.
Hoje, produz-se cada vez mais por cada hora de trabalho e, em vez de reduzirem o horário de trabalho, em
vez de melhorarem as condições de vida dos trabalhadores, o que o PSD e o CDS-PP fazem é colocar o
progresso tecnológico e científico ao serviço da exploração.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Sr. Presidente, peço a palavra.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para que efeito, Sr.ª Deputada?
A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Sr. Presidente, é para uma interpelação à Mesa sobre a
condução dos trabalhos.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Tem a palavra, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Sr. Presidente, pretendo apenas, a bem do esclarecimento do
debate, informar que houve um lapso na minha intervenção quando falei no aspeto da reavaliação dos
feriados.
Houve um lapso na leitura da lei. O que queria dizer quanto à reavaliação dos feriados é exatamente o que
vem na lei, ou seja, que tal é obrigatoriamente objeto de reavaliação num período não superior a 5 anos.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Muito obrigado, Sr.ª Deputada. Ficou esclarecido.
Passamos ao quarto ponto da ordem do dia, que consiste na discussão, na generalidade, do projeto de lei
n.º 281/XII (2.ª) — Determina a reabertura da possibilidade de requerer a reintegração ao abrigo do Decreto-
Lei n.º 173/74, de 26 de abril (BE).
Tem a palavra, para uma intervenção, e para apresentar o projeto de lei, o Sr. Deputado Pedro Filipe
Soares.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Foram muitos e muitas os
servidores e as servidoras do Estado — militares, não militares, civis — que contribuíram para a queda da
ditadura. Devemos-lhes mais do que apenas reforçar a democracia, devemos-lhes mais do que as palavras
conseguem dizer. De facto, com a sua coragem individual, muitas e muitos, confrontados com ordens diretas,
escolheram confrontar essas ordens e desobedecer e, por defenderem a democracia, por atacarem um
regime, foram depois perseguidos, muitos deles foram tirados para fora do Estado e muitos outros tiveram de
sair do País devido à perseguição.
Todas estas pessoas, sem exceção, merecem o nosso reconhecimento e o do Estado português, por isso
devem merecer também a sua proteção.
Era exatamente isso que o Decreto-Lei de 26 de abril de 1974 — o Decreto-Lei n.º 173/74 — visava:
pretendia uma amnistia para os crimes políticos e para as infrações que foram cometidas nos mesmos termos,
permitia a reintegração destes servidores e era também contemplada a sua expetativa legítima de promoção
na carreira.
Posteriormente, este Decreto-Lei foi regulado e, em diversos momentos, foi reaberto o prazo para os
cidadãos terem acesso aos direitos que nele estavam consagrados.
O que se pretende com este projeto de lei do Bloco de Esquerda é que aqueles que não tiveram ainda
acesso aos benefícios previstos neste Decreto-Lei (à reintegração nele prevista), mas que estavam em
condições de aceder aos mesmos, possam, agora, ter um novo prazo para serem reintegrados.
Especificamente, pretende-se que todos aqueles militares e ex-militares que tinham direito a pedir a sua
reintegração e que, pelos mais diversos motivos, não o fizeram tenham agora uma nova oportunidade. Esses
militares poderão ter ainda direito à promoção na carreira que a reintegração lhes permitirá.