I SÉRIE — NÚMERO 73
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O Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social: — Em 2011, a Sr.ª Deputada era
Secretária de Estado desta área e, em Portugal, executavam-se na segurança social 21,5 milhões de euros
nesta matéria.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Peço-lhe que conclua, Sr. Ministro.
O Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social: — Neste momento, Sr.ª Deputada,
executam-se 24,5 milhões de euros. Portanto, do ponto de vista financeiro, houve um aumento da verba.
A Sr.ª Idália Salvador Serrão (PS): — Vá somar as parcelas todas e vai ver que não está certo!
O Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social: — Mas, Sr.ª Deputada, muito mais
importante do que isso, porque não gosto de olhar para os números financeiros mas, sim, para a dimensão
das famílias,…
A Sr.ª Idália Salvador Serrão (PS): — Mas é isso que o senhor não faz!
O Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social: — … é que nós tínhamos nessa altura
cerca de 11 000 famílias cobertas e, neste momento, há 13 000 famílias cobertas. Isto quer dizer que há mais
2000 famílias que estão a ter este apoio.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Idália Salvador Serrão (PS): — Não é verdade!
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Passamos ao último bloco de pedidos de esclarecimento. Tem a
palavra a Sr.ª Deputada Maria das Mercês Soares.
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, ouvi com atenção a intervenção de
V. Ex.ª e quero colocar-lhe uma questão, mas permita-me que antes considere que o debate que hoje aqui se
realiza é deveras um debate muito sério. Se são sérias todas as matérias que nesta Casa da democracia são
tratadas, esta é, sem dúvida, pela dor que causa à nossa sociedade e, em particular, aos que se encontram
em situação de pobreza, uma matéria de toda a delicadeza e que requer rigor e ausência de grandes
demagogias.
Sr. Ministro, foi aqui tecido um conjunto de questões e feita a apresentação do tema pelo Partido Socialista
com uma grande dicotomia. Por um lado, os bons, os que estão verdadeiramente imbuídos do espírito de tudo
resolverem com uma varinha mágica e, por outro lado, os maus, os que tomam as medidas duras, os que
criam os problemas e nada fazem para os resolver, e que masoquistamente gostam de causar mal.
Permita-me, Sr. Ministro, que contraponha a esta dicotomia alguns aspetos. Um deles para lembrar que se
este Governo teve de tomar medidas duras, medidas que não foram simpáticas, medidas que efetivamente
fragilizaram alguns portugueses, o fez sempre tendo presente a necessidade de salvaguardar aqueles que
menos tinham e de pedir a quem mais tem para contribuir para poder haver uma maior equidade social. E isso
está bem retratado nos números que hoje aqui discutimos.
Um outro aspeto, Sr. Ministro, é que, do nosso ponto de vista, há que assumir responsabilidades — e
essas responsabilidades já estão na história, quer se assumam quer não — e há que lembrar (e peço
desculpa ao Sr. Deputado Vieira da Silva) que não fomos nós que trouxemos a troica, foram os senhores.
Protestos do PS.
Foram os senhores que, por ausência de medidas, por inércia, por incapacidade de ver o problema, por
não o quererem assumir, deixaram o País chegar ao ponto a que chegou.